De acordo com o relatório publicado pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), foi estabelecido um novo recorde da dívida mundial: US$ 315 trilhões (R$ 1,62 quatrilhão) que corresponde a 333% do PIB de todos os países do mundo. O aumento no primeiro trimestre deste ano foi de 1,3 trilhão (R$ 6,68 trilhões).
Desta vez, os principais "contribuintes" foram as economias emergentes: China, Índia e México. A principal razão são os altos gastos públicos.
Assim, a China enfrenta uma crise na esfera imobiliária que ameaça desacelerar o crescimento econômico por anos. Na Índia, as autoridades gastam bilhões na luta contra os desastres naturais. Nos mercados desenvolvidos, os maiores aumentos estão nos EUA, Japão, Irlanda e Canadá.
O custo dos empréstimos
O grande aumento dos juros dos empréstimos em todo o mundo torna mais difícil o seu pagamento.
Desta forma, de acordo com as estimativas do IIF, nos próximos dois anos o Japão terá que gastar só no pagamento de juros cerca de 2% do orçamento, e os EUA 12% (atualmente eles gastam 8%).
Espiral da dívida
Na última década, a dívida pública cresceu mais rapidamente nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. Mas a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) carrega o principal fardo de US$ 54 trilhões (R$ 277 trilhões) - dados do final de 2023. Isso é 30 trilhões a mais do que no ano da crise de 2008. Só os EUA contraíram créditos no valor de US$ 34 trilhões (R$ 174,9 trilhões).
O FMI observa que os custos de manutenção da dívida de Washington são "preocupantes" e "incompatíveis com a sustentabilidade financeira de longo prazo". Na verdade, se trata de quase um trilhão por ano.
Entretanto, Washington emite novos títulos de crédito, particularmente para cobrir o déficit orçamentário, que chegou a US$ 828 bilhões (R$ 4,2 trilhões). Desta forma, segundo o economista russo Yevgeny Shatov, a economia está caindo em uma armadilha, a chamada espiral da dívida.
Rússia tem vantagem
A Rússia está entre os países com o nível mais baixo de dívida pública – de acordo com o Banco Central da Rússia, esta é de 20,9 trilhões de rublos (R$ 1,17 trilhão), apenas 17% do PIB, o que beneficia a economia.