Na terça-feira (14), a demissão de vários agentes de polícia da direção de segurança de Ancara, acusados de ligações à organização criminosa Ayhan Bora Kaplan, causaram preocupação generalizada. Os agentes tiveram suas casas revistadas para apreensão de materiais informáticos e verificação de possível ligação com o planejamento de uma tentativa de golpe.
A situação pode ser uma conspiração contra o governo e a suspensão de vários agentes de polícia por si só não pode ser evitada, afirmou Devlet Bahceli, ao discursar em uma reunião do Partido da Ação Nacionalista no parlamento, alertando para uma possível repetição da tentativa de golpe de 2016 na Turquia.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan realizou uma reunião de emergência durante a noite com o ministro da Justiça, Yilmaz Tunc, e o diretor da Organização Nacional de Inteligência, Ibrahim Kalin, na residência do presidente, após um aviso de Bahceli, segundo a mídia turca.
O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, anunciou já nesta quarta-feira (15) a intenção de identificar estruturas que trabalham contra as autoridades e o povo do país para que sejam levadas ao tribunal.
"Se houver uma estrutura em qualquer órgão que vise contra o presidente, o governo e os políticos, então iremos até o fim, identificaremos essa estrutura e ela aparecerá diante do tribunal", escreveu Yerlikaya no X (anteriormente Twitter), acrescentando que o relatório dos inspetores estará pronto em breve e será tornado público.
O presidente turco deverá falar sobre o tema em uma reunião ampliada do partido no poder no parlamento ainda hoje (15).
Um correspondente da Sputnik informou que desde então os cidadãos turcos têm postado ativamente mensagens em apoio a Erdogan no X com a hashtag #DevletimizinYanindayiz (defendemos nosso Estado), e imagens do presidente turco com palavras de apoio.
O governo turco acusou membros da organização do pregador islâmico Fethullah Gulen (FETO), baseado nos EUA, de serem responsáveis por uma tentativa de golpe de Estado em 2016. Mais de 80 mil pessoas foram presas na Turquia e cerca de 150 mil funcionários públicos e militares foram demitidos ou suspensos dos seus empregos por suspeitas de ligações à FETO. Gulen, que vive exilado nos EUA desde 1999, rejeitou as acusações e condenou a tentativa de golpe.