Os planos ocidentais de usar os ativos congelados da Rússia para apoiar a Ucrânia, confiscando diretamente os fundos ou utilizando os rendimentos deles, podem minar o sistema monetário global, disse Julie Kozak, diretora de comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"É importante para o fundo que quaisquer ações tomadas tenham uma base jurídica suficiente e não prejudiquem o funcionamento do sistema monetário internacional", disse ela em um briefing quando questionada sobre os planos do Ocidente de usar os ativos.
Avaliando as perspectivas de chegar a um acordo sobre a utilização de ativos a nível do G7 no âmbito da próxima reunião ministerial do grupo na Itália, Kozak sublinhou que a decisão deve ser tomada "nos tribunais e jurisdições apropriados".
Depois de a Rússia ter lançado sua operação especial na Ucrânia, os países da União Europeia e do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais russas no valor de cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,67 trilhão).
O Banco Central Europeu (BCE) alertou que isso poderia representar riscos para a reputação da moeda europeia a longo prazo e apelou a "olhar para além deste conflito isolado" e procurar outras formas de financiar Kiev.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou vai agir em caso de confisco de bens russos congelados no Ocidente.
Segundo o ministro, a Rússia "também tem a oportunidade de não devolver os fundos que os países ocidentais mantiveram no país e que foram congelados em resposta à prisão das reservas estatais russas. Não há dúvida de que agiremos mutuamente", declarou Lavrov.