Panorama internacional

Rússia reduz ao mínimo histórico participação de moedas como dólar e euro no comércio exterior

Levantamento realizado pela Sputnik com dados do Banco da Rússia revelou que a participação de moedas consideradas não amigáveis, como o dólar e o euro, no comércio exterior do país atingiu o mínimo histórico desde março. O uso de alternativas passou a ser ampliado desde o início da operação militar especial na Ucrânia e as sanções ocidentais.
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Assim, a participação das moedas como euro e dólar nas exportações russas diminuiu 2,2 vezes durante o ano e chegou a apenas 17,8% de todas as transações no final de março.
A maior redução na participação ocorreu nas exportações russas para a África, que registraram uma queda de 37,3 pontos percentuais, caindo para 43,5% do total. Depois aparecem os países da Oceania, com uma queda de 15,4 pontos percentuais, para 33,5%, seguidos pelos países das Américas, onde a redução foi de 14,2 pontos percentuais e atingiu o mínimo histórico de 57,5%.
O uso de moedas não amigáveis para pagamento de bens russos também diminuiu para o menor patamar na Ásia (14,9%) e na Europa (28,5%). Já os países do Caribe são os que menos utilizam moedas como euro e dólar para as exportações russas, cuja participação é de apenas 2,9% do total.
Ao mesmo tempo, a participação de moedas não amigáveis nas importações russas também está em queda: em março, reduziu para 25,3% do total.
Com relação às importações, a maior queda em março ocorreu nos cálculos para produtos de países africanos, que caíram 9,7 pontos percentuais e atingiram 26,9% das transações. A participação na Ásia (15,6%) e na Oceania (22,8%) também caiu para o mínimo histórico. As moedas não amigáveis são menos utilizadas nos cálculos para a produção dos países do Caribe (11%), e mais utilizadas nos cálculos para os produtos das nações das Américas (59,1%) e da Europa (44,2%).
Panorama internacional
Analistas: confisco de ativos russos pelos EUA vai 'alimentar ainda mais' a ideia de desdolarização

Desdolarização no mundo

O mundo convive com um processo de desdolarização, que foi acentuado desde o início da operação militar especial, e também com o aperto de sanções dos Estados Unidos contra vários países do globo, como Rússia, Venezuela e até China. E a decisão de confiscar bens russos e fornecê-los à Ucrânia vai acelerar ainda mais a mudança, conforme especialista.

"Isso está alimentando ainda mais a necessidade de desdolarização por parte de países terceiros. Seja a Rússia, seja a China, seja qualquer outro, incluindo qualquer país do G7 que possa apoiar marginalmente os Estados Unidos. Isso é pura e simples chantagem econômica", disse Paul Goncharoff, diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LLC à Sputnik em abril.

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