Pequim transferiu um total de US$ 53,3 bilhões (R$ 272 bilhões) em títulos do Tesouro e títulos de agências combinados no primeiro trimestre, de acordo com cálculos baseados nos dados mais recentes do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
A Bélgica, muitas vezes vista como guardiã das participações da China, alienou US$ 22 bilhões (R$ 112,3 bilhões) em títulos do Tesouro durante o período.
"Como a China está vendendo ambos, apesar de estarmos mais próximos de um ciclo de corte de taxas do Fed [Sistema de Reserva Federal dos EUA], deveria haver uma intenção clara de diversificar, deixando de lado as participações em dólares americanos", disse Stephen Chiu, estrategista-chefe de câmbio e taxas da Ásia, ouvido pela Bloomberg.
O presidente norte-americano, Joe Biden, revelou aumentos tarifários abrangentes sobre uma série de importações chinesas, enquanto o seu antecessor, Donald Trump, disse que poderá impor uma taxa de mais de 60% sobre produtos chineses, se for escolhido para voltar ao poder nas próximas eleições.
"A venda de títulos dos EUA pela China poderá acelerar à medida que a guerra comercial EUA-China for retomada, especialmente se Trump regressar como presidente", acrescentou Chiu.
Com Pequim vendendo ativos em dólares, as suas participações em ouro aumentaram nas reservas oficiais do país. A participação do metal precioso nas reservas subiu para 4,9% em abril, segundo a mídia, o valor mais elevado de acordo com dados do Banco Central que remontam a 2015.
A China e os países com laços estreitos com ela aumentaram as suas participações em ouro nas reservas cambiais desde 2015, enquanto os países do bloco dos EUA as mantiveram amplamente estáveis, disse Gita Gopinath, primeira vice-diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), em um comunicado.
"Isso sugere que as compras de ouro por alguns bancos centrais podem ter sido motivadas por preocupações sobre o risco de sanções", analisou Gopinath.