A ONU afirma que 800.000 palestinos foram "forçados a fugir" de Rafah em meio à operação militar de Israel no sul da Faixa de Gaza.
"800.000 pessoas estão na estrada, tendo sido forçadas a fugir desde que as forças israelenses iniciaram a operação militar na área em 6 de maio", disse Philippe Lazzarini, chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), na rede social X.
"Toda vez, eles são forçados a deixar para trás os poucos pertences que têm: colchões, barracas, utensílios de cozinha e suprimentos básicos que não podem carregar ou pagar para transportar", escreve ele.
Ele apontou ser "falsa" a ideia de que as pessoas em Gaza podem se mudar para zonas "seguras" ou "humanitárias".
"Toda vez, isso coloca a vida de civis em sério risco. Gaza não tem nenhuma zona segura. Nenhum lugar é seguro. Ninguém está seguro."
Ele contou que as pessoas estão fugindo para áreas sem abastecimento de água ou saneamento adequado.
Israel acredita que em Rafah se encontram quatro batalhões intactos do Hamas, e que muitos dos 124 reféns restantes sequestrados durante seu ataque a Israel de 7 de outubro de 2023 são mantidos em Rafah.
Em 7 de outubro de 2023, Israel foi alvo de um ataque de foguetes sem precedentes vindo da Faixa de Gaza, acompanhado de uma infiltração terrestre de integrantes do Hamas. Segundo as autoridades israelenses, cerca de 1,2 mil pessoas morreram e pelo menos 200 foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza, das quais cerca de 100 permanecem no enclave.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, acompanhada do bloqueio total do enclave — o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos foi cortado. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, quase 36 mil pessoas morreram e mais de 79 mil ficaram feridas.