A indicação do Departamento de Defesa dos EUA de que instrutores da OTAN poderiam ser enviados à Ucrânia reflete as mesmas decisões que levaram ao início da longa guerra dos Estados Unidos no Vietnã, disse o ex-deputado Ron Paul nesta terça-feira (21). O conflito durou mais de duas décadas e terminou sem sucesso para os aliados norte-americanos no país.
"Isso, é claro, é exatamente como começamos a Guerra do Vietnã, mas a Rússia em 2024 está longe do Vietnã dos anos 1950. A Rússia de hoje é um país que pode revidar e pode projetar poder militar até a fonte, o que significa os Estados Unidos", disse Paul em um artigo.
Paul também criticou a declaração da ex-funcionária do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, que defendeu que o país deve facilitar o uso de mísseis norte-americanos contra o território russo em ataques das Forças Armadas da Ucrânia. Para Ron Paul, a medida em resposta aos fracassos do regime de Vladimir Zelensky poderia levar a um conflito nuclear.
Envolvimento dos EUA 'baseado em mentiras'
O envolvimento dos EUA na guerra por procuração na Ucrânia tem sido baseado em mentiras e conta também com a mídia norte-americana intimamente ligada ao complexo militar-industrial do país.
Enquanto isso, os defensores da presença norte-americana no conflito ucraniano exigirão escalada, como ataques à Rússia e o envio de tropas dos EUA à Ucrânia, até que a Rússia contra-ataque, disse Paul. Nesse ponto, "tudo estará acabado", acrescentou.
Além disso, um editorial divulgado no último fim de semana pelo The Washington Post admitiu que a Rússia demonstrou uma resiliência militar e econômica maior do que os países ocidentais esperavam. "No ano passado, a contraofensiva ucraniana falhou. A Rússia provou sua resiliência tanto econômica como militarmente", publicou o jornal.
Conforme a publicação, desde o início da operação militar especial, os Estados Unidos e os aliados europeus introduziram sanções econômicas antirrussas e forneceram armas às Forças Armadas da Ucrânia "para travarem uma longa guerra". Porém, as medidas não tiveram êxito em destruir a economia russa, ao mesmo tempo que Kiev enfraqueceu enquanto tenta se recuperar de uma "pausa debilitante de seis meses nas entregas de armas norte-americanas".