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Governo suspende compra de 104 mil toneladas de arroz após Mercosul elevar preços do cereal em 30%

Medida anunciada para evitar o desabastecimento interno e a escalada de preços do produto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) decidiu suspender nesta terça-feira (21) o leilão para a compra de 104 mil toneladas de arroz polido. O órgão não informou o motivo da decisão, apesar do aumento de 30% nos preços dos demais países do Mercosul.
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A nova data para a realização do leilão "será publicada oportunamente", informou a Conab. O objetivo da importação do produto é garantir o abastecimento nacional de arroz diante das enchentes que afetam o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. O estado é responsável por 70% da produção brasileira do produto.
Porém, a medida anunciada pelo governo federal não agradou os produtores gaúchos, que temem o impacto sobre a próxima safra e garantem que tudo foi praticamente colhido antes dos temporais causarem prejuízos históricos na região.
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Tarifas de importação zeradas

Para além dos países que fazem parte do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia), cujos impostos não são cobrados por conta do bloco, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu em reunião extraordinária na última segunda (20) zerar as tarifas de importação de dois tipos de arroz não parboilizado e um tipo polido do grão com relação a todos os países.
A medida vale até o dia 31 de dezembro e tem o objetivo de abrir espaço para outros grandes produtores de arroz fora do Mercosul, como a Tailândia, que até abril deste ano já concentrava mais de 18% das importações do produto realizadas pelo Brasil.
Além disso, desde que o Brasil anunciou a possibilidade de realizar um leilão para a compra do produto, o Mercosul aumentou em 30% o valor do cereal.

"Nós íamos comprar 100 mil toneladas, mas pelos preços que eles [países do Mercosul] estavam anunciando nós íamos comprar só 70 mil", disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao g1 também na segunda.

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Chuvas no Rio Grande do Sul

As chuvas que atingem o estado gaúcho desde o fim de abril já provocaram 161 mortes, e pelo menos 654,1 mil pessoas seguem fora de casa. Desse total, 581,6 mil estão nas residências de amigos e familiares, enquanto 72,5 mil se mantêm em abrigos espalhados pelo Rio Grande do Sul.
Conforme a Defesa Civil, 54% dos desalojados são da Região Metropolitana de Porto Alegre, uma das mais atingidas por conta das inundações provocadas pelo Guaíba. Na sequência aparece o Vale dos Sinos, com quase 27% do total.
Dos 10,88 milhões de habitantes do estado, mais de 2,3 milhões foram afetados de alguma forma pelos temporais, revela o boletim. O número corresponde a 21,4% da população gaúcha, um recorde em meio à maior tragédia climática já enfrentada pela região.
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