Um oficial sênior do Pentágono ouvido pela Sputnik confirmou que a milícia tem capacidade de atacar navios no mar Mediterrâneo:
"Os houthis possuem uma variedade avançada de armamentos", disse o oficial da Defesa, pedindo anonimato para discutir assuntos sensíveis. "Eles possuem armas que poderiam alcançar o Mediterrâneo. É definitivamente preocupante que eles tenham essa capacidade."
Segundo ele, os EUA não têm evidências até o momento de que os houthis realmente tentaram atacar o Mediterrâneo, que está situado a 2 mil km ou mais das áreas controladas pela milícia, no noroeste do Iêmen.
A avaliação do Pentágono contrasta drasticamente com o que os próprios houthis estão dizendo e com o que os países regionais estão fazendo, em meio ao bloqueio marítimo parcial implementado pela milícia.
Há semanas os houthis alertam sobre a determinação de expandir o bloqueio do mar Vermelho e do mar Arábico para o Mediterrâneo, visando todos os navios com destino a Israel, mas ainda não efetivaram a ameaça.
Os aliados tradicionais dos EUA na região do Golfo, antes envolvidos em uma guerra em larga escala e de longa duração contra os houthis, têm se abstido de se comprometer contra a milícia desta vez, como a Arábia Saudita, um importante player regional, que restringiu o espaço aéreo para os aviões de guerra dos EUA, que buscam bases para atacar alvos dentro do Iêmen. Em vez disso, o país árabe tem buscado um fim diplomático para o conflito com os houthis.
Conhecida por ter acesso a uma série de mísseis, principalmente de origem soviética, balísticos, antinavio e de defesa aérea, a milícia iemenita já alvejou desde navios mercantes e navios de guerra a alvos aéreos inimigos.
As armas de alcance mais longo incluem a série de mísseis balísticos de longo alcance Burkan, com alcance máximo estimado de pelo menos 1.200 km, e Tufan, com alcance estimado de até 1.950 km. Há ainda no arsenal drones de ataque de longo alcance, como o Samad, que tem alcance estimado de até 1.800 km.
Houthis não temem o Reaper
No dia 14 os houthis anunciaram que haviam derrubado um drone Reaper MQ-9 no espaço aéreo do Iêmen pela segunda vez em menos de uma semana, e pela quinta vez desde a escalada do conflito no mar Vermelho.
"As forças de defesa aérea das Forças Armadas do Iêmen derrubaram um veículo aéreo não tripulado [VANT] americano MQ-9 Reaper enquanto realizava missões hostis no espaço aéreo da província de Al Bayda", disse o porta-voz militar houthi, Yahya Sare'e, em comunicado. "O VANT foi alvo de um míssil superfície-ar de fabricação local", acrescentou ele.
O Exército dos EUA reconheceu os relatos sobre a destruição do Reaper, mas não comentou a veracidade das reivindicações dos houthis. Enquanto isso, os houthis publicaram imagens de um drone Reaper na mira de uma câmera infravermelha, assim como imagens de um míssil de defesa aérea sendo lançado na direção do drone no meio da noite, seguido pela destruição do drone, que formou uma grande bola de fogo.