O promotor do TPI, Karim Khan, anunciou na segunda-feira (20) que está buscando mandados para três líderes do Hamas, bem como para os líderes israelenses Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, estabelecendo equivalência entre eles pela guerra na Faixa de Gaza.
Na quarta-feira (22), o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, foi questionado em uma conferência de imprensa se Berlim vai aderir à decisão do TPI e implementá-la.
"Da forma como você colocou isso tão bem, esta é uma questão hipotética, então darei meio passo para trás e direi: em princípio, somos apoiadores do TPI e continuará assim", afirmou Hebestreit, segundo o Daily Mail. Logo em seguida, o jornalista repetiu a sua pergunta, e Hebestreit reiterou: "Pensei ter respondido à pergunta através da minha declaração normativa, caso contrário, se ainda tiver dúvidas: claro. Sim, cumprimos a lei", reiterou.
A decisão da Alemanha surge após o embaixador de Israel em Berlim, Ron Prosor, ter feito um apelo desesperado ao governo alemão para que rejeitasse o mandado de prisão proposto pelo TPI, relata a mídia.
Netanyahu classificou o anúncio de Haia como "uma desgraça" e "uma completa distorção da realidade".
Em uma entrevista no começo da semana, o promotor Khan disse que os mandados são por crimes de guerra e crimes contra a humanidade devido ao ataque mortal do Hamas em 7 de outubro contra Israel e a resposta israelense no enclave palestino ao ataque.
"O mundo ficou chocado no dia 7 de outubro quando pessoas foram arrancadas dos seus quartos, das suas casas, dos diferentes kibutz em Israel", disse Khan à apresentadora da CNN, Christiane Amanpour, acrescentando que "as pessoas sofreram enormemente".
Ao mesmo tempo, o promotor afirmou que as acusações contra Netanyahu e Gallant incluem "crimes de extermínio, causar fome como método de guerra, incluindo a negação de suprimentos de ajuda humanitária, visando deliberadamente civis em conflito".
A decisão do TPI foi recebida com reações mistas por parte da comunidade internacional, com Londres a rotulá-la de "inútil" e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a chamá-la de "ultrajante", enquanto outros líderes mundiais disseram que apoiavam a investigação.
Na terça-feira (22), Noruega, Espanha e Irlanda reconheceram o Estado palestino, uma decisão que entrará em vigor em 28 de maio. No entanto, a Alemanha afirmou que o reconhecimento "não vai trazer paz", conforme noticiado.