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Lula e Haddad comentam produtos da China: 'Competição não está justa, algo tem que ser feito'

Nos últimos meses, lideranças europeias e norte-americanas têm comentando o "excesso de capacidade produtiva" da China, o qual, na visão de especialistas econômicos, pode colocar outros países em desvantagem. Ao que tudo indica, Brasília começa a pensar o mesmo.
Sputnik
Em uma reunião ocorrida no Palácio do Planalto na tarde de terça-feira (21), entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a chefia da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e CEOs das maiores empresas do setor, o presidente fez um comentário sobre a produção chinesa.
"Gosto muito dos camaradas chineses, mas a competição com eles não está justa. Algo tem que ser feito", disse Lula ao responder às críticas dos empresários em relação ao avanço chinês, relata a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
Na quarta-feira (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os juros internacionais são um desafio para o mundo e para o Brasil atualmente, além do fato de a China estar ofertando produtos a "preços muito baratos".

"Precisamos ver se não tem dumping", alertou o ministro durante sua participação em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na manhã de ontem (22), segundo o jornal Valor Econômico.

O termo dumping é usado quando um fabricante reduz o preço de um item que entra no mercado estrangeiro para um nível inferior ao preço pago pelos clientes nacionais no país de origem.

O Globo afirma que Haddad também declarou, na mesma comissão, que "o Brasil está sendo inundado por produtos chineses" e "medidas urgentes precisam ser tomadas para resolver essa questão".

A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira (23) que muitos países estão preocupados com o investimento excessivo da China em veículos eléctricos, produtos solares, semicondutores, aço e outras indústrias estratégicas, incluindo México, Índia e África do Sul, reportou a Reuters.
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Sem mudanças na política chinesa, incluindo uma mudança do aumento da produção para o estímulo da procura interna, Yellen afirmou que as economias orientadas para o mercado enfrentam uma enxurrada de exportações baratas da China que ameaçarão a viabilidade dos seus fabricantes.
Na semana passada, o Ministério do Comércio da China disse que "narrativa de excesso de capacidade da China impactará a recuperação e transição verde globais", de acordo com a agência estatal chinesa Xinhua.
"Os países relevantes devem parar imediatamente de conter a indústria de nova energia da China em nome do excesso de capacidade [...]. Não pode ser rotulado de 'excesso de capacidade' simplesmente porque a capacidade de produção de um país excede sua demanda interna", disse He Yadong, porta-voz do ministério, citado pela mídia.
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