A Chancelaria da Arábia Saudita exaltou a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que determinou que Israel interrompa a ofensiva israelense na cidade de Rafah.
"O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita saúda a decisão do Tribunal Internacional de Justiça, que ordena a Israel cessar imediatamente a sua ofensiva militar e quaisquer outras ações na província de Rafah", afirmou um comunicado do órgão.
O comunicado acrescenta que a decisão "é um passo positivo no apoio aos direitos morais e legais do povo palestino" e exorta a comunidade internacional a "assumir a responsabilidade pelo fim de todas as formas de agressão contra o povo palestino".
A decisão da CIJ foi anunciada na manhã desta sexta-feira (24), pelo juiz Nawaf Salam, que alertou que a situação no enclave palestino se deteriorou nos últimos meses.
"O tribunal considera que, em conformidade com as obrigações decorrentes da Convenção do Genocídio, Israel deve suspender imediatamente sua ofensiva militar e quaisquer outras ações em Rafah", disse o juiz.
Salam enfatizou que Israel também deve manter as passagens terrestres abertas, em particular, a passagem de Rafah, a fim de permitir o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Posteriormente, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as decisões da Corte Internacional de Justiça (CIJ) são vinculativas, ou seja, o não cumprimento pode resultar em acionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).
O governo israelense respondeu ao anúncio da CIJ, por meio de uma declaração conjunta do chefe do Conselho de Segurança Nacional e do Ministério das Relações Exteriores de Israel, que afirmou que "Israel não está realizando e não planeja realizar ações em Rafah que possam criar condições para a destruição total ou parcial da população civil palestina".
Nesta sexta-feira (24), o Ministério da Saúde palestino atualizou o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense. Segundo o órgão, já são pelo menos 35.857 mortos e 80.293 feridos em decorrência da ofensiva no enclave.
No lado israelense foram 1,2 mil mortes, a maioria no ataques do grupo Hamas em 7 de outubro. Ademais, pelo menos 200 pessoas foram levadas pelo Hamas como reféns para a Faixa de Gaza, das quais pelo menos metade foi liberada em trocas negociadas com Israel.
Mais cedo, o governo israelense confirmou que encontrou o corpo do único refém brasileiro levado para o enclave. Nisembaum foi encontrado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) junto a mais dois corpos, Hanan Yablonka e Orión Hernández, que tinham nacionalidade francesa e mexicana, respectivamente.