A Hungria se opõe a uma exigência de apoio unânime de todos os 27 Estados-membros da UE para cada um direcionar dinheiro dos lucros dos ativos da Rússia para a Ucrânia, informou na sexta-feira (24) o jornal britânico Financial Times.
"Por enquanto, eles estão bloqueando tudo relacionado ao apoio militar à Ucrânia", disse uma das fontes citadas, acrescentando que Budapeste provavelmente manteria sua posição até as eleições europeias em junho.
Funcionários do bloco europeu teriam oferecido à Hungria um acordo, segundo o qual sua parte dos fundos não seria usada para comprar armas para a Ucrânia, impedindo Budapeste de vetar totalmente o esquema. No entanto, Budapeste está preocupado com a intenção de automatizar os pagamentos, segundo uma fonte.
Budapeste tem se recusado a financiar Kiev em meio à guerra por procuração ocidental contra Moscou.
"Não aprovamos isso, nem queremos participar de apoio financeiro ou armamentista [para a Ucrânia], mesmo dentro da estrutura da OTAN", disse o premiê Viktor Orbán, sublinhando que a Hungria tem que "redefinir nossa posição dentro da aliança militar, e nossos advogados e oficiais estão trabalhando em [...] como a Hungria pode existir como membro da OTAN sem participar das ações da OTAN fora de seu território", declarou ele na sexta-feira (24).
Após meses de debate, a UE anunciou na terça-feira (21) que havia aprovado o uso dos lucros de € 3 bilhões (R$ 16,82 bilhões) em ativos russos congelados para a Ucrânia. Jan Lipavsky, ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, detalhou que 90% do valor seria dedicado às Forças Armadas ucranianas.