"O G7 exagera a chamada supercapacidade da China e tenta estabelecer obstáculos e limitações ao progresso da China. É essencialmente protecionismo", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em coletiva de imprensa em Pequim.
A declaração é uma resposta ao comunicado final do encontro de ministros das finanças e banqueiros centrais do G7, no último sábado (24), na Itália, que acusa a China de prejudicar parceiros comerciais com "uso abrangente de políticas e práticas não mercantis que prejudicam os nossos trabalhadores, indústrias e resiliência econômica".
O comunicado informa ainda que o grupo — composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá — vai monitorar os impactos negativos "desse excesso de capacidade" e considera "tomar medidas para garantir condições de concorrência equitativas, em linha com os princípios da Organização Mundial do Comércio [OMC]".
Rússia também está na mira do G7
Os países do G7 continuarão a introduzir sanções para reduzir as fontes de renda da Rússia, segundo a declaração final da reunião dos ministros das Finanças do grupo, na Itália.
A reunião na Itália na última semana buscou encontrar terreno comum para utilizar lucros dos ativos congelados da Rússia, além de frear a crescente força exportadora da China em setores-chave.
A Itália está na presidência do G7 neste ano, e o seu ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, disse na semana passada que as propostas dos EUA a respeito do uso de ativos russos tinham "implicações jurídicas bastante sérias", que ainda precisam ser esclarecidas.
Giorgetti acrescentou que estava sendo travada uma "guerra comercial", refletindo tensões geopolíticas, e alertou para o risco de "fragmentação do comércio global".
A Rússia alertou em várias ocasiões ao Ocidente sobre as consequências de ter seus bens tocados e acusou Washington de intimidar a Europa a tomar medidas mais radicais para frustrá-la na Ucrânia.
A Rússia empreende uma operação militar especial na Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022, cujos objetivos, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, são proteger a população de "um genocídio do regime de Kiev" e enfrentar os riscos de segurança nacional que representam o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste.
Segundo a base de dados Castellum.AI, mais de 18 mil sanções individuais e setoriais foram acionadas contra a Rússia desde o início da operação, além das 2.695 que já estavam em vigor.