As informações falsas foram divulgadas por integrantes da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada e apontavam que um dique teria se rompido e, com isso, partes do bairro Mathias Velho seriam inundadas. Assim ajudaram a "disseminar o pânico" entre os moradores da região.
Conforme apurações preliminares do Exército, os militares não checaram as informações repassadas antes de as compartilharem com a população. "Tal situação decorreu de um grave erro de procedimento", informou o Comando Militar do Sul, em nota divulgada pela Agência Brasil.
"Medidas administrativas foram adotadas para apurar rigorosamente os fatos. Os militares envolvidos foram afastados de suas atividades durante o processo de investigação", acrescentou o Exército, que ainda manifestou solidariedade "a todos os moradores erroneamente informados" do falso rompimento.
Estado já registrou 169 mortes pelas chuvas
Conforme o último boletim divulgado pela Defesa Civil, o Rio Grande do Sul registrou pelo menos 169 mortes por conta das fortes chuvas que castigam o estado desde o fim de abril. Além disso, mais de 2,3 milhões de moradores foram direta ou indiretamente afetados pelas inundações, em 469 municípios. Cidade em que a informação falsa foi compartilhada, Canoas registra um dos maiores estragos pelos temporais e soma 27 mortes.
No último dia 6, as águas do Guaíba alcançaram nível recorde de 5,33 metros em Porto Alegre. Após o recuo das águas na semana passada, na sexta-feira (24) voltaram a subir; em 14 horas, foram 45 centímetros.
Pesquisadores do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram uma análise de postagens que citavam as enchentes no estado gaúcho nas redes sociais. Pelo menos 402 anúncios foram classificados como fraudulentos ou desinformativos, além de terem como objetivo espalhar "desinformação com objetivos políticos e econômicos".