Segundo a publicação, Meyer acaba de ser nomeado representante especial do Brasil na Conferência Especial do Desarmamento, órgão das Nações Unidas sediado em Genebra.
Na semana passada, Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já havia indicado que o embaixador seria removido, conforme noticiado.
Em princípio, a embaixada em Tel Aviv passa a ser chefiada pelo ministro-conselheiro e encarregado de negócios Fábio Farias. É um diplomata de nível inferior ao de um embaixador.
Desta forma, o governo brasileiro quer passar uma mensagem óbvia: a de que rebaixou suas relações com Israel, analisa a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
Meyer voltou para Israel depois de três meses da pior crise diplomática entre os dois países. E, nos últimos dias, chegou a assinar telegramas oficiais. Mas em nenhum momento comunicou ao governo de Israel que estava de volta ao posto, ele foi para fazer sua mudança, afirma a coluna de Jamil Chade no UOL.
Brasília criticou a resposta militar israelense na Faixa de Gaza, iniciada em 7 de outubro após os ataques do Hamas. O estopim da crise foi a declaração de Lula durante viagem à Etiópia, quando comparou a ação militar de Israel ao extermínio de judeus promovido pela Alemanha nazista.
Após a declaração, o chanceler israelense Israel Katz submeteu Meyer a um sermão público no Museu do Holocausto, em Jerusalém, com a presença da mídia. Em seguida, o governo brasileiro convocou o embaixador em repúdio a um gesto que considerou "inaceitável", conforme dito pelo chanceler Mauro Vieira.
Até o momento, a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza deixou mais de 36 mil palestinos mortos, mais de 70 mil feridos e dezenas de milhares sem casa. Do lado israelense, 1.200 pessoas foram mortas e 253 sequestradas, após o ataque do Hamas em outubro passado.