Steffen Hebestreit, porta-voz principal do chanceler Olaf Scholz, disse hoje (31) em uma declaração à mídia enviada por e-mail, na qual esclareceu a posição do governo alemão, que Kiev "[...] também pode usar as armas fornecidas para este fim, de acordo com as suas obrigações legais internacionais, incluindo as fornecidas por nós".
"Junto aos nossos aliados mais próximos e em estreito diálogo com o governo ucraniano, adaptamos continuamente o nosso apoio ao desenvolvimento da guerra", acrescentou.
Os sistemas de armas fornecidos à Ucrânia pela Alemanha que poderiam ser usados para disparar através da fronteira russa incluem obuseiros autopropulsados blindados e o lançador de foguetes múltiplos MARS II.
O embaixador da Alemanha em Londres, Miguel Berger, também confirmou a informação em uma postagem no X (antigo Twitter).
O governo alemão declara que a Ucrânia tem, ao abrigo do direito internacional, o direito de se defender de ataques na região de Carcóvia provenientes do território fronteiriço russo. Para esse efeito, a Ucrânia também pode fazer uso de armas alemãs.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, que visitou a Ucrânia na quinta-feira (30), disse que "essa decisão do nosso governo é correta e inclui todos os sistemas que entregamos", afirmou o ministro durante uma visita à capital da Moldávia, Chisinau.
No entanto, Pistorius novamente descartou o fornecimento a Kiev do míssil de cruzeiro Taurus, uma arma destruidora de bunkers que tem um alcance de mais de 500 quilômetros.
Os Estados Unidos e a Alemanha, em particular, têm sido cautelosos ao permitir que Kiev ataque a Rússia com armas que forneceram devido ao risco de um conflito mais amplo. No entanto, o avanço russo em Carcóvia levou os EUA, França e Alemanha a adaptarem a sua estratégia e a darem a sua bênção específica aos ataques ucranianos que podem ajudar o país a defender-se.
Na quinta-feira (30), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, analisou que "os países-membros da OTAN – os Estados Unidos em particular e outras capitais europeias – embarcaram nos últimos dias e semanas em uma nova ronda de escalada", acrescentando que "é claro que tudo isso [a escalada] terá inevitavelmente consequências e, em última análise, será muito prejudicial para os interesses dos países que seguiram esse caminho", conforme noticiado.