"A HRW confirmou o uso de fósforo branco pelas tropas israelitas em pelo menos 17 municípios do sul do Líbano desde outubro de 2023, incluindo cinco municípios onde foram utilizadas ilegalmente munições explosivas em áreas residenciais", denunciou a entidade em comunicado divulgado nesta quarta-feira (5).
Em cinco municípios libaneses, destacou a entidade, projéteis de fósforo israelenses caíram nos telhados das casas. Um dos prefeitos daqueles municípios disse à entidade que duas pessoas tiveram que ser internadas com urgência por asfixia. A ONG informou ter entrevistado oito moradores do sul do Líbano e analisado fotos e vídeos postados nas redes sociais, conteúdos compartilhados diretamente com os investigadores.
De acordo com a HRW, os residentes de várias aldeias no sul do Líbano foram forçados a abandonar suas casas devido ao uso de fósforo branco por Israel. A ONG também citou um relatório do Ministério da Saúde libanês que estima pelo menos 173 pessoas afetadas pela exposição ao fósforo branco em 28 de maio.
Um bombardeio israelense no último sábado (1°) contra a cidade de Saddike, no sul do Líbano, deixou três brasileiros feridos. Em nota, o Itamaraty manifestou "indignação" com o ataque que atingiu residências e informou que todos receberam tratamento no Hospital Libanês Italiano, na cidade de Tiro.
Em dezembro de 2023, o jornal The Washington Post afirmou que Israel atacou o Líbano com munições de fósforo branco fornecidas pelos Estados Unidos.
A situação na fronteira entre Israel e o Líbano piorou após o início das operações militares israelenses na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. O Exército israelense e os combatentes do Hezbollah libanês disparam diariamente contra as posições uns dos outros em áreas ao longo da fronteira.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Líbano, cerca de 100 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no sul do Líbano devido aos bombardeios israelenses. O lado israelense relatou cerca de 80 mil residentes do norte de Israel que ficaram em situação semelhante.