Panorama internacional

Novas restrições de Biden na fronteira não terão impacto 'significativo', diz ex-oficial dos EUA

As novas medidas do presidente Joe Biden para limitar as entradas ilegais na fronteira sul dos Estados Unidos não terão um impacto significativo na crise, e os imigrantes seguirão encontrando brechas para explorar o sistema, disse o ex-vice-comissário interino da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, Ronald Vitiello, à Sputnik.
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"É muito pouco, muito tarde. Não me parece que isso atinja a causa essencial do problema. Não acho que fará uma diferença mensurável na linha de frente", enfatizou.

Na última terça-feira (4), o governo Biden passou a proibir que imigrantes que cruzam ilegalmente a fronteira com o México peçam asilo no país.
A suspensão só será removida quando as entradas ilegais diárias na fronteira sul atingirem ou ficarem abaixo de 1,5 mil pessoas por sete dias consecutivos, mas a suspensão será restabelecida se as entradas ilegais excederem 2,5 mil por dia durante uma semana seguida, segundo a Casa Branca.
O limite estabelecido no novo sistema permite mesmo assim que quase um milhão de imigrantes cruze o país ilegalmente a cada ano, o que ainda é muito mais em comparação com anos anteriores quando outros presidentes governaram os EUA, observou Vitiello.
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Mídia: Biden estuda fechar temporariamente a fronteira para imigrantes entre EUA e México em junho

"Não há como essas pessoas [imigrantes] passarem os procedimentos de maneira oportuna, mantidas em segurança, colocadas no sistema e depois até mesmo liberadas ou enviadas de volta ao México de forma segura e coerente", disse Vitiello.

A nova política de fronteira de Biden inclui exceções humanitárias para crianças desacompanhadas e vítimas de tráfico, entre outros, que segundo Vitiello podem ser exploradas pelas facções que atuam na região.
Vitiello apontou que cerca de 30 mil imigrantes da Nicarágua, Cuba, Venezuela e Haiti entram nos EUA através do sistema criado pelo governo Biden, mas isso não se reflete adequadamente nos dados federais recentes que rastreiam o número de pessoas que cruzam a fronteira sul.
O Departamento Militar do Texas (TMD, na sigla em inglês), em resposta ao pedido de comentário da Sputnik sobre o assunto, não compartilhou nenhuma opinião particular em relação a nova política de fronteira de Biden, mas disse que continuaria tomando medidas para deter imigrantes ilegais na fronteira do Estado com o México.
"A Guarda Nacional do Texas continua comprometida em prevenir, deter e interceptar a atividade criminosa transnacional, a imigração ilegal e o tráfico de seres humanos entre os portos de entrada", disse um porta-voz do TMD.
A imigração ilegal registrou recordes por três anos consecutivos desde que Biden assumiu a Casa Branca em janeiro de 2021, período em que quase oito milhões de pessoas entraram no país pela fronteira sul, de acordo com dados do governo.
Desde outubro de 2023, estima-se que 1,5 milhão foram detidos por cruzar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos.
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