Os militares da Coreia do Sul disseram ter disparado tiros de advertência depois que soldados norte-coreanos cruzaram brevemente a fronteira no domingo (9).
"Alguns soldados norte-coreanos que trabalhavam dentro da Zona Desmilitarizada da Coreia [DMZ] na frente central cruzaram brevemente a Linha de Demarcação Militar", disse o Estado-Maior Conjunto sul-coreano em comunicado na terça-feira (11), segundo o The Guardian.
O comunicado de Seul também afirmou que "depois que nossos militares emitiram transmissões e tiros de alerta, eles recuaram para o Norte [...]. Além da retirada imediata dos soldados norte-coreanos após os nossos tiros de alerta, não foram observados movimentos incomuns", acrescentou o Estado-Maior Conjunto.
No entanto, o porta-voz do Estado-Maior sul-coreano Lee Sung-joon disse que a avaliação da Coreia do Sul é que os soldados da Coreia do Norte não parecem ter cruzado intencionalmente a fronteira porque o local é uma área arborizada e os sinais da demarcação militar "não são claramente visíveis", afirmou Lee, citado pela mídia.
A zona desmilitarizada repleta de minas é a fronteira mais fortemente armada do mundo, com centenas de milhares de soldados frente a frente – um legado da Guerra da Coreia de 1950 a 1953, que terminou com um armistício, mas não com um tratado de paz.
As tensões entre as duas Coreias – que permanecem tecnicamente em guerra – estão em um dos pontos mais altos dos últimos anos.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte enviou centenas de balões carregados de pontas de cigarro, estrume e papel higiênico para sul da fronteira, no que chama de retaliação aos balões que transportam propaganda anti-Pyongyang enviados por ativistas no Sul.
Anteriormente, o governo sul-coreano suspendeu totalmente um acordo militar entre os dois países de 2018, e reiniciou as transmissões de propaganda em alto-falantes ao longo da fronteira em resposta aos balões, enfurecendo o Norte, que alertou que Seul estava exacerbando "uma nova crise".
Especialistas alertam que a decisão de abandonar o acordo de 2018 e reiniciar as transmissões em alto-falantes podem ter sérias implicações, sublinhou o The Guardian.