A conclusão está em um relatório elaborado pela corporação, que atendeu às solicitações do Ministério Público Federal (MPF) para reavaliar a possibilidade de envolvimento de terceiros no atentado.
Após investigações adicionais, a PF manifestou-se pelo arquivamento do inquérito, descartando a participação de outras pessoas no crime. Adélio Bispo está na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, desde 2018.
Em comunicado, a Polícia Federal informou que, durante as investigações, foram cumpridos novos mandados de busca e apreensão para análise de equipamentos eletrônicos e documentos. Agora caberá à Justiça decidir pelo arquivamento ou pela continuidade do inquérito.
Em maio de 2020, os policiais já haviam concluído que Adélio Bispo agira sozinho, sem a existência de mandantes do crime. Laudos psiquiátricos indicam que Adélio possui transtorno delirante, sendo considerado perigoso para a sociedade.
Durante as investigações, foi identificada uma suposta ligação entre um dos advogados de Adélio e a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No entanto, não foram encontradas evidências de que a organização criminosa tivesse relação com o atentado contra o agora ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme publicou o portal g1.
O advogado suspeito foi alvo de uma operação que investigava crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa em Minas Gerais. Na operação Cafua, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além de suspensas as atividades de 24 comércios e indisponibilizados os bens de 31 pessoas físicas e jurídicas, em um prejuízo que totalizou R$ 260 milhões.
Um avião, que seria do advogado de Adélio, também foi apreendido durante a operação.
A investigação revelou que os envolvidos lavavam dinheiro oriundo do tráfico de drogas e de outros crimes no estado mineiro. A PF apurou que o advogado teria assumido a defesa de Adélio em busca de autopromoção, sem qualquer conexão direta com o atentado a Bolsonaro.