Stoltenberg afirmou que "quanto mais essa guerra durar, mais precisaremos de previsibilidade, responsabilização e partilha justa de encargos", disse o chefe da aliança nesta quarta-feira (12).
"Ao reforçar o papel da aliança, podemos conseguir isso. Agora vemos aliados fazerem promessas, mas elas não estão sendo cumpridas. Se a OTAN tem um papel na garantia da transparência e da responsabilização, então os aliados vão entregar mais, saudamos tudo o que os Estados Unidos e outros aliados fizeram, mas vemos que os EUA passaram seis meses chegando a um acordo sobre a ajuda à Ucrânia. As promessas dos aliados europeus não foram cumpridas. Se transformarmos as promessas voluntárias em compromissos da OTAN, então será mais confiável", afirmou o secretário-geral.
A declaração de Stoltenberg acontece antes do início de uma reunião dos chefes dos ministérios da Defesa dos países da aliança, nos dias 13 e 14 de junho, reunião na qual se prevê chegar a um acordo sobre o plano para a transferência da coordenação da assistência à Ucrânia para a OTAN.
O plano então deverá ser aprovado pelos líderes na cúpula da organização em Washington, em julho.
Stoltenberg também declarou que a aliança deve adaptar suas capacidades nucleares e mostrar a eficácia da dissuasão nuclear face à "retórica perigosa" da Rússia.
"Vemos uma retórica perigosa por parte da Rússia. […] Devemos demonstrar a eficácia da nossa dissuasão nuclear, adaptar as nossas capacidades nucleares", afirmou.
Por fim, o secretário-geral disse que a reunião ministerial "incluirá também uma reunião do grupo de planejamento nuclear. Os aliados discutirão o processo em curso de adaptação das capacidades nucleares à situação de segurança. Já alcançamos progressos significativos nesse domínio. Em junho, os Países Baixos anunciaram a prontidão do F -35 para missões nucleares. Os Estados Unidos estão modernizando suas armas nucleares na Europa. Apesar da situação em mudança, a missão da OTAN permanece a mesma: manter a paz e a dissuasão", concluiu.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na sexta-feira (7) que Moscou não precisava usar armas nucleares para garantir a vitória na Ucrânia, no sinal mais forte do Kremlin até o momento de que o conflito não se transformará em uma guerra nuclear e que não é essa a intenção do governo russo.
No entanto, o presidente sublinhou que "não descarta mudanças na doutrina nuclear da Rússia", que estabelece condições sob as quais tais armas poderiam ser usadas, se o Ocidente fizer ações maiores.