A Comissão Europeia anunciou a primeira decisão provisória no âmbito do seu inquérito antissubsídios para carros elétricos chineses e dividiu as tarifas por marcas.
A BYD terá uma taxação de 17,4%; a Geely de 20%; a SAIC de 38,1% e outros produtores que colaboraram no inquérito, mas não foram incluídos na amostra individual, a tarifa será de 21%. Para outros fabricantes que não colaboraram, a taxa será de 38,1%, segundo o comunicado do órgão europeu.
As medidas serão introduzidas no início de julho "se a China não conseguir oferecer soluções convincentes e eficazes para remediar as suas práticas comerciais desleais", afirmou a Comissão Europeia.
Com a decisão, o índice de montadoras como a STOXX caiu 0,4%. Volkswagen e BMW, com queda de 2,3% e 2,4%, respectivamente, estão entre os piores desempenhos do índice blue chip - ações com grande liquidez na bolsa de valores - da Alemanha.
O fabricante alemão de luxo Porsche caiu mais de 7% porque foi negociado ex-dividendos.
"O principal fator é o anúncio iminente de tarifas sobre veículos elétricos da China. Não as tarifas em si, mas a provável retaliação da China", disse Daniel Schwarz, analista da empresa de investimentos Stifel, em nota à Reuters.
O analista da Jefferies, Philippe Houchois, afirmou que os fabricantes de automóveis alemães estavam sendo atingidos pela ameaça de tarifas da UE sobre a China: "Medo de retaliação", também declarou Houchois, segundo a mídia.
Pequim reage
Após a divulgação das tarifas, a China, através do seu porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou que a política comercial do bloco europeu está se tornando cada vez mais protetora contra as ramificações globais do modelo de dívida da China, centrado na produção e impulsionado pela dívida.
"Esta investigação antissubsídios é um caso típico de protecionismo. Instamos a UE a respeitar o seu compromisso de apoiar o livre comércio, opor-se ao protecionismo, e a trabalhar com a China para assegurar a situação geral da cooperação econômica e comercial China-UE", afirmou Lin.
O porta-voz acrescentou que Pequim "tomará todas as medidas necessárias para garantir firmemente os seus direitos e interesses legítimos", segundo a Reuters.