Os EUA e a Ucrânia assinaram ontem (13), um pacto bilateral de segurança durante a cúpula do G7 na Itália. O acordo entre as duas partes é firmado após meses de negociações e resulta em um compromisso de dez anos para o treinamento das forças da Ucrânia, bem como outra assistência militar contínua dos EUA. Entretanto, o pacto pode ser facilmente desfeito por futuros presidentes, já que a promessa é um acordo executivo e não um tratado.
Mark Sleboda, analista de relações internacionais e segurança baseado em Moscou, discutiu com a Sputnik o referido acordo.
"Este [acordo] é meramente simbólico. É praticamente nada; na verdade é menos do que nada", disse ele.
"Deve ser incrivelmente frustrante e decepcionante para [Kiev]", acrescentou. "Isso diz ao regime de Kiev: vocês recebem o que já estão recebendo. Vamos fazer isso daqui a 10 anos, mas é uma decisão executiva. Não é um tratado, o que significa que pode ser facilmente revertido por Donald Trump ou Kamala Harris ou qualquer outra pessoa que assuma o cargo".
"Essas promessas não significam absolutamente nada, a menos que você especifique um valor monetário a que se referem. O dinheiro está por trás de tudo. E ele [pacto] não tem nenhum valor específico em dinheiro no que se refere às armas, ao comércio, ainda menos em relação à inteligência, e assim por diante", explicou ele. "E, sem isso, este é um pedaço de papel insignificante. Então, isso está obviamente sendo feito para dar a Zelensky algum tipo de prêmio de consolação para levar para casa."
"[Zelensky] não está entrando na OTAN. Os EUA não têm armas novas para lhe dar, eu acho. Eles não podem prometer a ele mais dinheiro do que já conseguiram no Congresso, pelo menos por enquanto", disse Sleboda.