Panorama internacional

Putin sublinha que 'papel da África e da América Latina está crescendo' (VÍDEO)

Em conversa com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o presidente russo salientou a necessidade de reforçar a segurança e soberania nacional.
Sputnik
Cada vez mais países se empenham em reforçar a soberania, afirmou nesta sexta-feira (14) Vladimir Putin, presidente da Rússia.

"Cada vez mais Estados estão se empenhando em reforçar a soberania, a autossuficiência e a identidade nacional e cultural. Os países do Sul Global e do Leste estão se destacando, o papel da África e da América Latina está crescendo. Sempre falamos, desde os tempos soviéticos, sobre a importância dessas regiões do mundo, mas hoje a dinâmica é bem diferente", disse ele durante uma reunião com a liderança do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

"É com base na nova realidade política e econômica que hoje estão sendo formados os contornos de uma ordem mundial multipolar e multilateral, e esse é um processo objetivo. Ele reflete a diversidade cultural e civilizacional, que, apesar de todas as tentativas de unificação artificial, é organicamente inerente aos seres humanos."
O mundo está mudando rapidamente e não será mais o mesmo de antes - nem na política global nem na economia, na opinião de Putin.
"[...] Considero importante [...] definir tarefas apropriadas para o departamento de política externa. Todas elas estão subordinadas ao objetivo principal – criar condições para o desenvolvimento sustentável do país, garantir sua segurança e melhorar o bem-estar das famílias russas", segundo ele.

BRICS

O presidente notou que o trabalho nessa área nas realidades desafiadoras e em rápida mudança de hoje exige uma concentração ainda maior de esforços, iniciativa e perseverança, e também a capacidade de responder não apenas aos desafios atuais, mas também de moldar sua agenda de longo prazo.

"Essa imagem do futuro está de acordo com as aspirações da maioria absoluta dos países do mundo, e vemos isso, entre outras coisas, no crescente interesse no trabalho de uma associação universal como o BRICS. [...] Em geral, acredito que o potencial do BRICS permitirá que ele se torne uma das principais instituições reguladoras da ordem mundial multipolar", previu o presidente russo.

Expansão da OTAN

"As potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, achavam que haviam vencido a Guerra Fria e tinham o direito de determinar de forma independente como o mundo deveria ser organizado. A expressão prática dessa visão de mundo foi o projeto de expansão ilimitada no espaço e no tempo do bloco do Atlântico Norte [...]. Nossas perguntas justas foram respondidas com desculpas no espírito de que ninguém vai atacar a Rússia e que a expansão da OTAN não é dirigida contra a Rússia."
Vladimir Putin ainda lembrou como, "há dois anos, na cúpula da OTAN em Madri, eles anunciaram que a aliança agora lidará com questões de segurança. Não apenas na região euroatlântica, mas também na região da Ásia-Pacífico. Eles dizem que não podem ficar sem eles lá também. Obviamente, por trás disso está uma tentativa de aumentar a pressão sobre os países da região cujo desenvolvimento eles decidiram restringir. Como vocês sabem, nosso país, a Rússia, está no topo dessa lista".

Operação militar russa

Sobre as Forças Armadas da Rússia, o presidente da Rússia garantiu que várias opções estavam em cima da mesa, mas não havia discussão de tomar Kiev no início de 2022.

"Em fevereiro e março de 2022, nossas tropas, como vocês sabem, se aproximaram de Kiev. [...] O que quero dizer sobre isso é que nossas formações ficaram perto de Kiev, e os departamentos militares, o bloco de poder, tinham propostas diferentes sobre opções para nossas possíveis ações futuras, mas não houve decisão política de invadir a cidade de três milhões de pessoas", detalhou o alto responsável.

O presidente russo declarou que para um cessar-fogo e início das negociações é preciso que Kiev retire as tropas das regiões russas de Kherson, Zaporozhie, Donetsk e Lugansk e oficialmente declare que não tem planos de aderir à OTAN.
Ele sublinhou que se trata não de um congelamento mas sim de um fim completo do conflito. A Rússia hoje faz mais uma proposta de paz, mas, se o Ocidente e Kiev recusarem, seguirão sendo responsáveis pelo derramamento de sangue, destacou o presidente.
Ele defendeu que "nossa posição de princípio é a seguinte: o status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia, sua desmilitarização e desnazificação. Ainda mais porque esses parâmetros foram geralmente acordados durante as negociações de Istambul em 2022".
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