O Irã rejeitou neste domingo (16) as acusações feitas pelo G7 contra o programa nuclear iraniano, lançando dúvidas sobre seus fins pacíficos.
Na sexta-feira (14), líderes do G7 emitiram um comunicado conjunto advertindo Teerã contra seu programa nuclear e afirmando que estariam prontos para aplicar novas medidas contra o Irã caso o país prosseguisse com o suposto fornecimento de misseis balísticos para a Rússia. O comunicado foi emitido em conexão com um relatório do Conselho de Gestores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em declaração divulgada pela agência iraniana Tasnim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, rejeitou o conteúdo do comunicado. Ele afirmou que o comunicado do G7 atesta a natureza política do relatório da AIEA e a intenção de seus formuladores, e certamente de alguns governos, de usar de forma tendenciosa mecanismos internacionais contra Estados soberanos.
"O Irã continuará com a interação construtiva e a cooperação técnica com a AIEA, mas prosseguirá com seus projetos nucleares pacíficos de acordo com o TNP [Tratado de não proliferação de armas nucleares]", disse o porta-voz.
Ele reiterou o papel construtivo do Irã na garantia da estabilidade regional sustentável e acrescentou que "o Irã vai agir de forma decisiva para proteger e defender a sua segurança e interesses nacionais contra qualquer medida imprudente".
Kanaani disse ainda que o principal desafio à garantia dos direitos humanos no mundo atualmente é a "indiferença" e "inação" dos líderes do G7 em relação ao "massacre sistemático" de palestinos pelo governo israelense.
Sobre o conflito ucraniano, Kanaani disse que qualquer tentativa de associar essa crise à cooperação entre Irã e Rússia é calcada absolutamente em interesses políticos.
"É uma pena que certos países recorram a alegações falsas e não comprovadas com motivações políticas para continuar a política inútil e falha de impor sanções contra o Irã. Aconselhamos o G7 a aprender com as lições do passado e a se distanciar do seu passado de políticas destrutivas", disse Kanaani.