Panorama internacional

Cúpula da Suíça revela que Ocidente busca 'esquema militarista no leste da Europa', diz especialista

"Guerra, guerra e guerra. Não parecia haver mais opções", foi a conclusão do analista internacional Eduardo García Granado sobre a cúpula realizada na Suíça neste fim de semana para tratar da "paz" na Ucrânia, em entrevista à Sputnik nesta segunda-feira (17).
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Ele afirma ainda que, a pretexto do conflito na Ucrânia, as grandes potências do Ocidente usaram o evento para pressionar ainda mais a China, mostrando que "nenhuma questão conjuntural obscurece a prioridade estratégica dos Estados Unidos: a Ásia-Pacífico".

"O escassamente fundamentado 'medo' de que a Rússia avance em outros países europeus parece legitimar o discurso belicista, sem o qual não seria possível a remilitarização da Europa que Washington busca primeiro, e os atores europeus depois", pondera Granado.

E a OTAN, afirma ele, continuará a ser um pilar decisivo no conflito no Leste Europeu, ampliado pelo envio de mais ajuda financeira a Kiev com ativos russos congelados.

"Apesar de Biden ter reiterado que os Estados Unidos não colocarão botas em solo ucraniano, sua postura geopolítica em relação a Kiev é invariável: ele vai promover reformas que aproximem ainda mais a Ucrânia da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e da União Europeia", reflete o especialista.

A conferência sobre a Ucrânia foi realizada neste sábado (15) e domingo (16), perto da cidade suíça de Lucerna, no Resort Burgenstock. Participaram do encontro 92 países e 55 chefes de Estado, bem como oito organizações, incluindo a União Europeia, o Conselho da Europa e a Organização das Nações Unidas (ONU). Joe Biden, Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, presidentes dos EUA, da China e do Brasil, respectivamente, não compareceram à conferência.
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Granado comentou a proposta do presidente Lula de buscar a paz por meio da diplomacia e de como foi mal recebida pelos beligerantes líderes do "Norte Global". O Brasil, junto com outros países, recusou-se assinar a declaração final da conferência por discordar das conclusões indicadas no documento.

"A América Latina mostrou durante o encontro duas faces radicalmente opostas", observou o especialista comparando Lula ao presidente argentino, Javier Milei, que segundo ele demonstrou um "ocidentalismo belicista".

A Suíça não convidou a Rússia para participar da cúpula, enquanto Moscou afirmou que não teria participado de qualquer forma. O Kremlin informou que era absolutamente inútil procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano sem a participação da Rússia.
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