O Tratado de Parceria Estratégica Abrangente assinado pela Rússia e pela Coreia do Norte prevê assistência mútua em caso de agressão contra um dos participantes, disse o presidente russo Vladimir Putin, após conversas com seu homólogo norte-coreano Kim Jong-un.
O líder russo chamou a atenção para as declarações dos EUA e de outros países da OTAN sobre o fornecimento de sistemas de armas de precisão e longo alcance, caças F-16 e outras armas e equipamentos semelhantes para ataques ao território da Rússia.
"Isso não é apenas uma declaração, já está acontecendo, e tudo isso é uma violação grosseira das restrições adotadas pelos países ocidentais no âmbito de vários tipos de obrigações internacionais", sublinhou Putin.
"Os amigos coreanos assumem uma posição objetiva e equilibrada na questão da regularização ucraniana, eles entendem as verdadeiras causas iniciais da crise."
De acordo com o alto responsável russo, essa posição da liderança norte-coreana é outra confirmação clara de seu "curso verdadeiramente independente, autônomo e soberano".
"Tanto a Rússia quanto a Coreia [do Norte] seguem uma política externa independente e não aceitam a linguagem da chantagem e do diktat", disse Putin.
"Nas conversas de hoje, foi dada grande atenção às questões de segurança e à agenda internacional. Nossos países têm defendido consistentemente a ideia de formar uma ordem mundial multipolar mais justa e democrática. Ela deve se basear no direito internacional e na diversidade cultural e civilizacional", afirmou o presidente russo.
"Nós nos opomos à prática de aplicar sanções e restrições com motivação política. Essas ações ilegítimas apenas prejudicam o sistema econômico e político global", apontou Vladimir Putin, acrescentando que a Rússia e a Coreia do Norte estão se desenvolvendo com sucesso em uma base soberana e independente, apesar da pressão externa. Ele garantiu que os países darão total apoio um ao outro como verdadeiros amigos e bons vizinhos.