"Seria uma conclusão muito ampla. Não temos informações de que os iranianos estejam levando a cabo um programa nuclear paralelo secreto", disse Grossi em uma entrevista ao jornal suíço Neue Zuercher Zeitung.
Segundo informações da AIEA, no passado existiu um programa desse tipo no Irã, mas hoje não há provas de nada semelhante, afirmou o diretor-geral da agência.
No entanto, os fatos que "não estão completamente separados de um possível programa de armas nucleares — as reservas de urânio altamente enriquecido e a capacidade de produzir centrífugas de urânio de última geração" — geram preocupação, segundo Grossi.
"É por isso que precisamos de clareza antes que haja um colapso total da [aparelhagem de] vigilância", observou o chefe da autoridade nuclear das Nações Unidas.
Em julho de 2015, o Irã e seis mediadores internacionais — Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, China, França e Alemanha — assinaram o chamado Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que impôs uma série de limitações à capacidade nuclear iraniana, com o objetivo de excluir a sua possível dimensão militar, em troca da retirada das sanções internacionais.
Em maio de 2018, Washington quebrou o acordo e começou a impor sanções unilaterais ao Irã, argumentando que o país do Oriente Médio continuava a desenvolver armas nucleares, algo que não foi confirmado.
Um ano mais tarde, Teerã respondeu reduzindo gradualmente os seus compromissos no âmbito do JCPOA.
Em abril de 2021, em encontro em Viena, as partes no acordo, juntamente com os EUA, iniciaram negociações para restaurá-lo. o acordo nuclear.
No entanto o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, anunciou uma pausa nas conversações de Viena, "devido a fatores externos". O Irã culpa as autoridades dos EUA por esse impasse.