A Bélgica se opõe à apreensão dos ativos da Rússia congelados na União Europeia, isso levaria a consequências imprevisíveis, e exige "compartilhamento de riscos" no empréstimo a Kiev, disse na sexta-feira (21) o ministro das Finanças belga.
A Bélgica ocupa a presidência do Conselho da UE até o final do mês. O país também abriga o depósito da Euroclear, cujas contas contêm a maior parte dos ativos da Rússia congelados na UE.
"Duas coisas são fundamentalmente importantes para nosso país: não tocar nos ativos em si, pois uma mudança de proprietário pode ter consequências imprevisíveis em termos financeiros e legais. A segunda é a distribuição de riscos – essa é uma questão muito importante na criação desse instrumento, um ponto-chave em toda a discussão", declarou o ministro Vincent van Petegem a repórteres em Luxemburgo, onde uma reunião ministerial da UE estava sendo realizada.
Anteriormente, os líderes do G7 acordaram um empréstimo de € 50 bilhões (R$ 290,41 bilhões) para a Ucrânia, a ser reembolsado com os recursos do investimento dos ativos russos congelados.
Na sexta-feira (21) Paolo Gentiloni, comissário europeu para Assuntos Econômicos, disse que o acordo sobre um mecanismo para a alocação do empréstimo, a ser reembolsado com os recursos dos ativos russos, é esperado "dentro de meses", e o empréstimo em si deve ser disponibilizado a Kiev no final de 2024.