Panorama internacional

Montadoras pressionam UE a revogar tarifas sobre carros chineses; Berlim diz que ação não é punitiva

Montadores de automóveis e associações industriais alemãs apelaram à Comissão Europeia para que revogue a imposição de tarifas de importação sobre veículos elétricos chineses, alegando que a medida prejudica a indústria local e põe em risco a sua capacidade de fazer negócios na China.
Sputnik
Apoiada pela França, o órgão da União Europeia divulgou na semana passada tarifas de importação que podem totalizar até 38,1% sobre os carros elétricos chineses, conforme noticiado.
Mas os fabricantes de automóveis alemães dizem que serão atingidos de forma muito mais dura do que os seus concorrentes franceses e italianos, uma vez que o mercado de automóveis alemão e chinês está fortemente interligado.
Um porta-voz da Volkswagen disse que a decisão foi prejudicial para os mercados de veículos elétricos na Alemanha e na Europa, que já sofrem com a fraca demanda, relata o jornal Nikkei Asia.

"O aumento das tarifas de importação na UE poderia desencadear uma dinâmica fatal de medidas e contramedidas e resultar em uma escalada de conflitos comerciais. Presumimos que os efeitos negativos da decisão superarão quaisquer aspectos positivos", afirmou o porta-voz, citado pela mídia.

O CEO da BMW, Oliver Zipse, disse em uma declaração ao jornal asiático que "essa decisão de direitos de importação adicionais é o caminho errado a seguir. A Comissão Europeia está, portanto, prejudicando as empresas europeias e os interesses europeus", declarou.
Quase 14% dos 111 mil veículos elétricos registrados no país europeu foram produzidos na China nos primeiros quatro meses deste ano, de acordo com o Center Automotive Research (CAR) em Bochum, Alemanha.
Os números da Associação Alemã da Indústria Automóvel (VDA, na sigla em inlgês) mostraram que cerca de 10% dos 337 mil carros elétricos fabricados por empresas alemãs na China foram exportados para a UE no ano passado, o que significa que esses fabricantes de automóveis também enfrentariam as novas tarifas.
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No entanto, neste sábado (22), o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse durante sua visita à China que a porta da União Europeia está aberta para discussões sobre as tarifas.

"O que sugeri hoje aos meus parceiros chineses é que as portas estão abertas para discussões e espero que esta mensagem tenha sido ouvida", afirmou Habeck, citado pela Reuters.

A China alertou na sexta-feira (21) que as taxas poderiam "desencadear uma guerra comercial", com um porta-voz do Ministério do Comércio dizendo que "a responsabilidade é inteiramente do lado da UE".
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Os direitos provisórios da UE de até 38,1% sobre veículos elétricos chineses importados deverão ser aplicados até 4 de julho, com a investigação prevista para continuar até 2 de novembro, quando poderão ser impostos direitos definitivos, normalmente por cinco anos.
Habeck disse que ainda há tempo para um diálogo entre a UE e a China sobre questões tarifárias antes que as tarifas entrem em vigor em e que acredita em mercados abertos, mas que os mercados exigem condições de concorrência equitativas, acrescentando que as tarifas propostas "não são uma punição".
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