Panorama internacional

Lula exige desculpas de Milei ao Brasil por declarações ofensivas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (26) que o presidente da Argentina, Javier Milei, deve pedir desculpas ao Brasil e a ele pessoalmente.
Sputnik
Segundo Lula, o presidente argentino "falou muita bobagem" sobre o Brasil, o que gerou tensões entre os países vizinhos, parceiros comerciais na América do Sul.

"Eu não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina", declarou Lula em entrevista ao portal UOL.

Lula enfatizou a importância das boas relações entre os dois povos, acima das divergências entre seus líderes. "O povo argentino e o povo brasileiro é maior do que os presidentes, e eles querem viver bem, querem viver em paz. Então se o presidente da República da Argentina governar a Argentina já está de bom tamanho, não tem que governar o mundo."
Javier Milei, que se denomina "anarcocapitalista", foi eleito presidente em uma coligação conservadora e se posiciona como um defensor do liberalismo econômico. Durante sua campanha eleitoral, ele criticou abertamente Lula e chegou a ameaçar cortar relações com o Brasil.
Apesar das tensões, as relações diplomáticas entre Brasil e Argentina permanecem. Em abril, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, recebeu a chanceler argentina, Diana Mondino, em sua primeira visita oficial a Brasília desde a posse de Milei.
Durante o encontro, foram discutidos temas como infraestrutura física fronteiriça, cooperação em energia e defesa, melhoria da hidrovia Paraguai-Paraná e fortalecimento do Mercosul e dos processos de integração regional.
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Relacionamento gelado entre Milei e Lula esteve em plena exibição no G7

Foragidos do 8 de Janeiro

Outro tema que vale destaque é a situação dos foragidos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Na semana passada, o Itamaraty recebeu do governo argentino uma lista com nomes de brasileiros que cumpriam medidas cautelares por participação nesses atos e estão foragidos no país vizinho. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que solicitou a consulta ao governo argentino.
Lula defende que aqueles que já foram condenados sejam extraditados ou cumpram suas penas na Argentina. Segundo o presidente, o tema está sendo tratado "da forma mais diplomática possível".

"Dos que estão lá, eu não sei o número, cerca de 60 pessoas, você tem uma parte já condenada. Essa parte, tanto o meu ministro [Ricardo] Lewandowski [da Justiça], quanto o Andrei [Passos], da Polícia Federal [diretor], e mais o Mauro Vieira, do Itamaraty, estão discutindo para ver o seguinte: se esses caras não quiserem vir, que eles sejam presos lá e fiquem presos na Argentina. Se não, venham para cá", afirmou Lula.

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