Os Estados-membros europeus da OTAN estão enfrentando uma escassez de militares e, no caso de um conflito com a Rússia, terão dificuldades para atrair mais de 300 mil militares, segundo analistas citados na quarta-feira (26) pelo jornal britânico Financial Times.
"No papel, os aliados europeus da OTAN têm um total de 1,9 milhão de soldados – aparentemente o suficiente para enfrentar a Rússia (que tem 1,1 milhão de soldados e 1,5 milhão de reservistas). Mas, na realidade, será difícil para os países europeus da OTAN destacar mais de 300.000 soldados no conflito, e, mesmo nesse caso, a preparação exigirá meses", escreve o FT, citando opiniões de analistas.
Segundo ele, somente na Alemanha, onde o número de soldados ativos ultrapassa 180 mil, o Exército, de acordo com os comandantes militares, carece de pelo menos 20 mil soldados para cumprir o plano atual.
"Esse déficit é um dos maiores da Europa [...] mas não é o único", disse a mídia, citando dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
De acordo com o Financial Times, o Reino Unido não conseguiu cumprir as metas anuais de recrutamento militar todos os anos na última década e, no ano passado, suas forças terrestres perderam 4.000 soldados. As Forças Armadas da França, as maiores da Europa, com 203.850 homens e mulheres em suas fileiras, continuam aquém do número necessário, segundo os generais. Na Itália, o número de cidadãos servindo nas Forças Armadas diminuiu de 200.000 para 160.900 em dez anos.