Erdogan disse nesta sexta-feira (28) que não descarta uma possível reunião com o presidente sírio para ajudar a restaurar as relações bilaterais entre os vizinhos.
"Não há razão para que isso não aconteça [uma reunião com Assad]. Assim como mantivemos nossos laços muito vivos no passado — até mantivemos conversas entre nossas famílias com o senhor Assad —, certamente não é possível [dizer] que isso não acontecerá novamente no futuro; pode acontecer", afirmou Erdogan, acrescentando que a Turquia não tem intenção de interferir nos assuntos internos da Síria, segundo a Reuters.
A declaração foi uma resposta ao que Assad afirmou na quarta-feira (26), quando disse que seu governo está aberto a restaurar os laços com Ancara, com base no respeito à soberania de seu país, de acordo com a agência oficial de notícias SANA.
Os dois líderes, que já tiveram um relacionamento próximo, se desentenderam no início do conflito armado na Síria que começou em 2011 devido ao apoio da Turquia ao grupo rebelde que tentava derrubar Assad.
Com o apoio da Rússia e do Irã, o governo de Assad recuperou o controle de grande parte da Síria, levando a Turquia a mudar o seu foco para os militantes curdos no norte do país.
Erdogan há muito argumenta que um acordo de segurança de 1998 com Damasco deu à Turquia o direito de atacar as forças curdas na Síria se representassem uma ameaça.
Autoridades russas e iranianas sugeriram que a revitalização do chamado Acordo de Adana poderia abrir caminho para Erdogan retomar a cooperação com Damasco.