Panorama internacional

Riscos da expansão militar dos EUA na América Latina e no Caribe são alertados em reunião da CELAC

Os planos dos Estados Unidos de aumentar a sua presença militar na América Latina e no Caribe representam uma ameaça às forças progressistas da região, alertaram neste sábado (29) os participantes da II Cúpula Social da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Sputnik
"Os Estados Unidos se propuseram a deter o avanço da esquerda latino-americana que desafia o neoliberalismo e as oligarquias", alertou David Carrasco, liderança da esquerda panamenha, ao discursar em um dos fóruns do encontro, que termina hoje, em Tegucigalpa, capital de Honduras.
Carrasco, diretor do jornal Bayano, histórico veículo de mídia da esquerda panamenha, especificou que com esses objetivos os Estados Unidos intensificam a pressão direta contra os governos de Cuba, Colômbia, México, Bolívia, Brasil, Nicarágua e Honduras.
"É preciso compreender que a política externa dos Estados Unidos em um mundo que exige multipolaridade sofre desgastes evidentes frente às tentativas falhadas de manter a sua hegemonia global", disse o diretor.
Para Carrasco, "isso explica o aumento da hostilidade regional e o envio de contingentes militares em grandes áreas, sob o pretexto de combater os cartéis que dominam a produção de drogas e o tráfico de armas".
Ele especificou que os planos militares de Washington preveem a reafirmação da presença física regional dos EUA e recordou que após a invasão norte-americana do Panamá em 1989, os Estados Unidos impuseram acordos ilegais ao Panamá para garantir a sua presença militar.
"No Panamá, as instalações aéreas e navais são utilizadas para a implantação e exercícios conjuntos, juntamente com o monitoramento de suas águas por satélite. Assim, todo o continente está sob fogo", denunciou.
Segundo o diretor, há evidências de que esse modelo, aplicado por Washington, inclui ameaças contra Cuba, Venezuela e outros Estados que se apegam ao princípio da autodeterminação e proteção da soberania territorial.

"Na mídia impressa e digital mais reconhecida do Ocidente são vinculadas informações que revelam a política intervencionista dos Estados Unidos e o interesse em frustrar a vitória eleitoral dos movimentos progressistas e nacionalistas que promovem mudanças sociais e abraçam a libertação nacional", enfatizou.

Carrasco acrescentou que os planos dos Estados Unidos incluem "ações para impedir que a China e a Rússia formalizem acordos de cooperação econômica, científica e cultural com Estados latino-americanos e caribenhos".
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Ainda de acordo com o diretor, "o crescente envio de tropas dos Estados Unidos para a América Latina e para o Caribe não é apenas um sinal de alarme regional, mas também um motivo para gerar maior consciência política e social entre os cidadãos e uma resposta de solidariedade para com os povos irmãos cuja soberania é violada através de ações desestabilizadoras".
O líder panamenho falou também em "impulsionar a solidariedade e consolidar o pensamento bolivariano de unidade latino-americana" para que "as nações irmãs deste continente saqueado assumam o seu destino legítimo e reafirmem a sua verdadeira identidade".
A II Cúpula Social da CELAC foi inaugurada com a presença de mais de 360 ​​delegados dos países-membros da organização, além de representantes da Europa, Ásia e África.
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