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Adeus Sentinel? Analista expõe 'boas razões' para EUA abandonarem programa de mísseis

O futuro do programa do míssil balístico intercontinental Sentinel tem sido debatido desde janeiro de 2024, quando a Força Aérea dos EUA anunciou que o programa sofreu derrapagens em custos "críticos" e atrasos no planejamento.
Sputnik
Existem “boas chances” de o Pentágono cancelar o programa de mísseis nucleares Sentinel após sua revisão, disse à Sputnik Karen Kwiatkowski, ex-oficial da Força Aérea dos Estados Unidos e ex-analista sênior do Departamento de Defesa dos EUA, comentando a recente demissão de um alto funcionário que supervisionava o programa.
O projeto, que está "bem acima do orçamento e muito atrasado", emprega pessoal principalmente em Utah e deveria "entregar 400 ICBMs [mísseis balísticos intercontinentais] ao preço de US$ 325 milhões cada (R$ 1.81 bilhão)", observa Kwiatkowski.
De acordo com ela, o programa pode ser suspenso por pelo menos três razões: "Os senadores de Utah e alguns congressistas de Utah não estão em uma posição de poder para salvar o programa. A ampla publicidade doméstica das derrapagens de custos e a recente demissão do gerente do programa reduz ainda mais o poder político" do projeto, explicou a ex-analista do Pentágono.
Ela acrescentou que "à medida que os serviços entendem que as restrições orçamentárias do Departamento da Defesa estão chegando, eles estão procurando sacrifícios para financiar programas mais apreciados e politicamente mais lucrativos".
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Estes mísseis "são caros para construir, testar e manter, eles são pouco atrativos e tendem a permanecer em segundo plano no orçamento. Suspeito que a [empresa] Northrup Grumman espera transferir parte do orçamento do Sentinel para o programa de substituição de bombardeiros B2, mais glamoroso e globalmente comercializável, e espero que eles já tenham preparado o Congresso para fazer isso", concluiu ela.
Em 2015 estava previsto que o programa Sentinel custasse US$ 62,3 bilhões (R$ 332,8 bilhões), incluindo US$ 48,5 bilhões para os mísseis, US$ 6,9 bilhões para sistemas de comando e controle e US$ 6,9 bilhões para renovar os centros de controle de lançamento e silos de mísseis.
Em 2020, quando o contrato foi concedido à Northrop Grumman, o preço do projeto subiu para US$ 96 bilhões (R$ 512,8 bilhões). Até o momento, aumentou para US$ 131 bilhões (R$ 699,8 bilhões) ou 37% mais do que a estimativa anterior.
O Departamento de Defesa deve informar o Congresso sobre o assunto até 9 de julho. O secretário de Defesa Lloyd Austin pode ter que voltar a certificar o programa para evitar que ele seja cancelado.
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