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Manter conflito ucraniano põe o sistema financeiro da Europa em uma 'canoa furada', diz especialista

© Sputnik / Stanislav KrasilnikovSoldado da equipe de artilharia dos sistemas lançadores múltiplos de foguetes BM-21 Grad do Distrito Militar Central russo carrega o armamento na área da operação especial de Krasny Liman
Soldado da equipe de artilharia dos sistemas lançadores múltiplos de foguetes BM-21 Grad do Distrito Militar Central russo carrega o armamento na área da operação especial de Krasny Liman - Sputnik Brasil, 1920, 14.06.2024
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Em entrevista à Sputnik Brasil, especialista diz que o conflito ucraniano "deve se estender por um bom tempo ainda" por conta do afluxo de dinheiro envolvido, e que o possível uso de ativos russos confiscados para financiar Kiev ameaça minar a credibilidade do sistema financeiro europeu.
A recusa da proposta de paz apresentada nesta sexta-feira (14) pelo presidente russo, Vladimir Putin, pode colocar a Europa em uma "canoa furada", com graves consequências financeiras.
É o que aponta em entrevista à Sputnik Brasil Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil.
Mais cedo, Putin apresentou os termos de Moscou para negociar a paz no conflito ucraniano. Os principais são: a retirada das tropas ucranianas de territórios liberados pela Rússia; a adoção do status de neutralidade por parte de Kiev; e o abandono dos planos do regime ucraniano de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os termos propostos pela Rússia foram rejeitados pelo regime de Vladimir Zelensky, pelo chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, e pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
Para Farinazzo, dificilmente as proposições seriam acatadas pela Ucrânia. Ele afirma que, "na verdade, [a Ucrânia] não decide nada, já que essas decisões são tomadas em Washington e Bruxelas".
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Em contraponto, ele afirma que ao propor os termos, Putin fez uma jogada para colocar pressão sobre a cúpula de Zelensky na Suíça, "que todo mundo já sabe que está condenada antecipadamente ao fracasso".
Isso porque dois dos principais países no contexto da geopolítica global, a Rússia e a China, não vão participar.
Ele acrescenta que o conflito ucraniano "deve se estender por um bom tempo ainda" por conta do afluxo de dinheiro envolvido.

"O que acontece é o seguinte: talvez a maior parte desse dinheiro, uma boa parte dele, seja mais usada para manter a liderança ucraniana, que os Estados Unidos sabem que é altamente corrupta, do que para financiar o andamento da guerra propriamente dita. A Ucrânia está no limite das suas reservas humanas, mas enquanto essa liderança estiver no poder em Kiev, eles vão continuar jogando os soldados como carne para canhão para a artilharia da Rússia", explica o analista.

Farinazzo aponta que a corda do conflito ucraniano "deve continuar esticada pelo menos até as eleições americanas" e chama a atenção para os riscos que um eventual uso de ativos russos confiscados para financiar o conflito representam para o sistema financeiro europeu.
"Se eles usarem efetivamente o dinheiro russo para financiar a batalha, acho que vão acontecer duas coisas. Primeiro, lógico, a extensão do conflito, o prolongamento do conflito na moldura temporal. Mas, por outro lado, eu acho que vai haver uma quebra geral da confiança no sistema financeiro europeu", afirma.
Nesse contexto, ele acrescenta que "países grandes do Oriente Médio, da América Latina e da África vão começar a tirar o dinheiro [de suas reservas] da Europa".

"Eu penso que isso vai acabar sendo um tiro no pé da Europa e talvez seja o fato mais importante desta semana. Se a Europa embarcar nesta canoa furada, ela vai sofrer consequências financeiras pesadas no futuro", conclui o analista.

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