Panorama internacional

Os militares de Israel estão cansados de Netanyahu?

Um aviso das Forças de Defesa de Israel (FDI), juntamente com a saída de Benny Gantz, general de reserva que abandonou o gabinete de guerra do governo, poderia ser um sinal de que os militares estão cansados da guerra indefinida de Tel Aviv em Gaza, relata o portal Conversation.
Sputnik
A disputa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com a equipe do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre o atraso no fornecimento de armas e suas ameaças de expandir o conflito até a fronteira libanesa, contra o Hezbollah, procuram distrair o público dos fracassos militares na Faixa de Gaza, segundo o colunista do Conversation Scott Lucas, professor da Universidade de Dublin.
Segundo Lucas, os militares israelenses alertaram anteriormente a Netanyahu que é impossível eliminar o Hamas, algo que o primeiro-ministro se esforça para concluir ao mesmo tempo que rejeita repetidas propostas de cessar-fogo de atores regionais e globais.
"Esse negócio de destruir o Hamas, fazer desaparecer o Hamas, é simplesmente atirar areia nos olhos do público. O Hamas é uma ideia, o Hamas é um partido. Está enraizado nos corações das pessoas, qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado", disse o porta-voz das FDI, o contra-almirante Daniel Hagari, a uma emissora israelense em 19 de junho.
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Por um lado, o aviso indica o que os analistas previram, que a guerra total de Netanyahu em Gaza não só não conseguiria eliminar o Hamas, mas ajudaria o grupo político a se apresentar como o único protetor dos civis de Gaza, observou o acadêmico.
Por outro, a declaração nada mais é do que um "desafio" dos altos escalões israelenses a Netanyahu, acredita Lucas.
Antes dos comentários de Hagari, o ex-comandante das FDI e político israelense Benny Gantz deixou o gabinete de guerra montado por Netanyahu após o primeiro-ministro rejeitar suas "exigências estratégicas".
As seis exigências de Gantz priorizavam o regresso dos reféns e a instalação de uma nova liderança política em Gaza, em vez de procurarem a "destruição" completa do Hamas.
Depois de Netanyahu ter rejeitado as suas propostas, Gantz acusou o primeiro-ministro de colocar os seus interesses pessoais e políticos à frente da segurança e das necessidades existenciais de Israel.
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Até ao momento, o ministro da Defesa,Yoav Gallant, não manifestou tais preocupações, mas é claro que o governo israelense não tem um plano B para acabar com a guerra "perpétua" na Faixa de Gaza, sublinhou Lucas.
"Então, sem um plano B, o que Netanyahu faz para conter a pressão sobre ele vinda de dentro e de fora de Israel? Ele tenta ganhar tempo. Na semana passada, Netanyahu disse que apoia apenas um acordo 'parcial' de reféns com o Hamas, então Israel poderia retomar os combates depois que suas mulheres, idosos e doentes fossem libertados", escreveu o professor.
O cerne da questão é que, uma vez que Netanyahu anuncie um cessar-fogo, ele estará em perigo político e jurídico, a menos que o Hamas deixe de existir, sublinhou Lucas.

"Provavelmente ocorrerão eleições antecipadas em Israel, e ele está muito atrás de Gantz e sua aliança Unidade Nacional nas pesquisas. Talvez mais importante ainda, ele enfrentará acusações de suborno que foram efetivamente suspensas pela guerra."

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