Os ministros das Relações Exteriores dos dois países se reuniram em Teerã em 23 de junho, anunciando o começo das negociações para a retomada das relações bilaterais oito anos após seu rompimento.
"Este evento é mais importante do que pode parecer à primeira vista […]. Qualquer aproximação entre o Bahrein e o Irã preocupará Washington, que pode até tentar bloqueá-la", declarou Fuller.
O autor do artigo indica que o Bahrein é a sede da 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos, responsável pela segurança no golfo Pérsico, no mar Vermelho e no mar da Arábia. Desta forma, a aproximação entre Manama e Teerã ameaça todo o princípio da política de Washington no golfo Pérsico, que consiste em uma presença militar na região para "proteger o livre fluxo de petróleo", disse o ex-funcionário da CIA.
Fuller recordou que, ainda em 2023, a China abriu a primeira brecha na estratégia anti-iraniana dos EUA ao mediar a restauração das relações diplomáticas entre Arábia Saudita e o Irã e "fez quase o impossível", ao reconciliar os sunitas e xiitas.
"Agora, com a perspectiva de o Bahrein e Teerã restabelecerem relações, podemos ver mais claramente a mudança proporcionada pela presença chinesa (e russa) no golfo Pérsico", concluiu Fuller.
O Bahrein rompeu relações diplomáticas com o Irã em janeiro de 2016, após um ataque a missões diplomáticas sauditas no Irã por manifestantes contra a execução do pregador xiita Nimr al-Nimr. A Arábia Saudita restabeleceu as relações com o Irã em setembro de 2023 após a reconciliação mediada pela China.