A recente inclusão do Egito no BRICS, grupo de países emergentes, é vista como um passo significativo no sentido de melhorar as perspectivas econômicas do país.
Em entrevista à Sputnik, o antigo ministro das Relações Exteriores egípcio, Mohamed Orabi, destacou a ambição de longa data da nação em aderir ao BRICS, que remonta a 2009, e os potenciais benefícios para a economia do Egito.
"Em 2009 eu era ministro-adjunto das Relações Exteriores para Assuntos Econômicos e, na época, fizemos muitos esforços para aderir ao BRICS", disse.
"Já realizamos esse sonho, e acho que isso irá melhorar a nossa economia."
Orabi acredita que a iniciativa de transações em moedas nacionais do BRICS, que visa a reduzir a dependência dos sistemas financeiros e das moedas ocidentais, impulsionará significativamente o comércio entre os países-membros, incluindo o Egito.
"A liquidação cambial: isso melhoraria o comércio entre os membros do BRICS e daria uma espécie de impulso à relação comercial, que é a principal questão ou o principal motivo do BRICS como grupo econômico."
A localização estratégica do Egito e os fortes laços diplomáticos o posicionam como potencial facilitador da cooperação entre os membros do BRICS e outros grupos econômicos e políticos globais.
Orabi enfatizou o compromisso do país em manter a abordagem equilibrada e promover relacionamentos fortes com diversos atores internacionais, sem favorecer nenhum grupo específico.
"Não é nosso objetivo nos inclinar para um grupo contra o outro, mas penso que tentaremos estabelecer uma relação muito abrangente, estável e boa com todos os grupos econômicos e políticos do mundo", disse o diplomata.
No curto prazo, diz Orabi, o Egito pretende usar sua adesão ao BRICS como forma de atrair investimentos e fortalecer sua economia. No longo prazo, os objetivos incluem a promoção do comércio e do investimento com países do bloco, a criação de parcerias mutuamente benéficas e a redução das disparidades econômicas globais.