https://noticiabrasil.net.br/20240520/arma-economica-dos-eua-chegou-a-hora-do-brasil-criar-seu-proprio-swift-34691687.html
Arma econômica dos EUA: chegou a hora de o Brasil criar seu próprio SWIFT?
Arma econômica dos EUA: chegou a hora de o Brasil criar seu próprio SWIFT?
Sputnik Brasil
Especialistas na mídia ocidental ressaltaram nos últimos dias a resistência da economia russa às sanções impostas pelo Ocidente. Um dos motivos para isso... 20.05.2024, Sputnik Brasil
2024-05-20T18:12-0300
2024-05-20T18:12-0300
2024-05-21T15:01-0300
panorama internacional
rússia
europa
américas
exclusiva
swift
economia
brasil
federação da rússia
bélgica
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/08/17/30016673_0:160:3072:1888_1920x0_80_0_0_73d55c8724ede97ed80f9990d80f7fd5.jpg
Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil destacaram o uso político do sistema de pagamentos internacional SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Internacionais, em tradução livre) e a importância de criar alternativas a esse comunicador financeiro.O que é o SWIFT?Criado em 1973 na Bélgica — onde ainda mantêm sua sede —, o SWIFT é um sistema de comunicação usado por instituições financeiras, como bancos e operadoras de crédito, para "enviar e receber informações sobre transações de maneira segura e padronizada", explica Allan Alcântara, engenheiro de computação e sócio-proprietário na FrankFox Informática.O sistema foi adotado ao redor do mundo e funcionou bem durante alguns anos. No entanto, em 2012 o primeiro uso político da ferramenta foi feito, aponta Adriano Vilela, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF)."Desde as sanções contra o Irã", disse o acadêmico, "o SWIFT vem sendo usado como um instrumento político e econômico".Contudo, foi em 2022 que o SWIFT se viu frente a frente com um adversário à altura: a Rússia.Quando as primeiras pressões para a exclusão da Rússia do SWIFT surgiram na Europa, em 2014, o país iniciou a criação de sua alternativa própria ao sistema de comunicação financeira, o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em inglês).Com o início da operação especial, o SPFS foi alçado de plano B para o principal protocolo de informações usadas pelas instituições financeiras da Rússia.Para Vilela, isso reforça a importância do desenvolvimento do SPFS e de sistemas similares, como o da China, que criou o Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS, na sigla em inglês) em 2015."Não deixa de ser uma forma de ganhar mais espaço de atuação na economia internacional", destaca o economista.Chegou a hora de o Brasil criar seu SWIFT?Durante seus muitos anos de uso neutro, o SWIFT "facilita a troca de informações financeiras entre bancos e instituições financeiras", diz Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, especialista em proteção de dados e compliance regulatório."Ele possui sua própria infraestrutura física robusta e opera como uma rede privada de comunicação financeira, garantindo segurança e padronização nas transações internacionais", ressalta Alcântara.Além das versões russas e chinesas do SWIFT, há ainda a versão indiana (Sistema Estruturado de Mensagens Financeiras, SFMS na sigla em inglês) e uma versão nos estágios iniciais sendo debatida pelo BRICS, o BRICS Pay.Para que esses sistemas existam, tanto as alternativas que já existem quanto as que estão sendo pensadas precisam garantir alguns requisitos básicos, afirmou Alcântara.No caso do BRICS Pay, diz Galvão, seria preciso ainda rodar o sistema "em cima de uma infraestrutura física que seja acordada entre esse bloco econômico". "Tem que se chegar a um consenso para definir onde esses dados realmente vão ficar alocados do sistema fonte."Por conta desses esforços, diz Vilela, é muito mais fácil ter um único sistema onde todas as instituições financeiras já estão do que manter vários separados. "Isso reduz custo, tempo e aumenta a eficácia."Entretanto, sublinha o economista, "há o lado negativo de ter pouca concorrência e eventualmente depender do gerenciamento desse sistema por outros países que podem ser rivais geopolíticos".Este felizmente não é o caso do Brasil, atesta Vilela. "O Brasil é um país que não tem nada no horizonte que indique algum tipo de sanção a ser imposta ao país."Para o economista, mesmo que fique enquanto plano B, como foi o caso inicial do SPFS e hoje é o do CIPS — a China não abandonou o SWIFT —, o custo para o Brasil seria muito alto, ainda mais pensando que sanções "não estão no horizonte".
https://noticiabrasil.net.br/20240518/amigos-da-russia-ajudam-moscou-a-derrubar-ordem-mundial-liderada-pelos-eua-analisa-midia-americana-34668693.html
https://noticiabrasil.net.br/20240305/brasil-esta-significativamente-exposto-as-sancoes-ocidentais-alerta-economista-33406947.html
https://noticiabrasil.net.br/20240508/eua-abusam-do-poder-do-dolar-de-maneira-bestial-e-colocam-em-risco-sua-hegemonia-diz-analista--34485238.html
brasil
federação da rússia
bélgica
irã
china
estados unidos
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2024
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/08/17/30016673_171:0:2902:2048_1920x0_80_0_0_2491c6d286010416c148bf049a0ce504.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
rússia, europa, américas, exclusiva, swift, economia, brasil, federação da rússia, bélgica, irã, cips, spfs, brics, china, estados unidos
rússia, europa, américas, exclusiva, swift, economia, brasil, federação da rússia, bélgica, irã, cips, spfs, brics, china, estados unidos
Arma econômica dos EUA: chegou a hora de o Brasil criar seu próprio SWIFT?
18:12 20.05.2024 (atualizado: 15:01 21.05.2024) Especiais
Especialistas na mídia ocidental ressaltaram nos últimos dias a resistência da economia russa às sanções impostas pelo Ocidente. Um dos motivos para isso, ignoram os jornais, é a criação de seu próprio operador de mensagens bancárias internacionais: o SPFS.
Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil destacaram o uso político do sistema de pagamentos internacional SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Internacionais, em tradução livre) e a importância de criar alternativas a esse comunicador financeiro.
Criado em 1973 na Bélgica — onde ainda mantêm sua sede —, o SWIFT é um sistema de comunicação usado por instituições financeiras, como bancos e operadoras de crédito, para "enviar e receber informações sobre transações de maneira segura e padronizada", explica Allan Alcântara, engenheiro de computação e sócio-proprietário na FrankFox Informática.
"O SWIFT é um sistema complexo que combina uma rede segura, centros de dados globais e software padronizado para permitir que instituições financeiras troquem informações de maneira segura e eficiente."
O sistema foi adotado ao redor do mundo e funcionou bem durante alguns anos. No entanto, em 2012 o primeiro uso político da ferramenta foi feito, aponta Adriano Vilela, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"Desde as sanções contra o Irã", disse o acadêmico, "o SWIFT vem sendo usado como um instrumento político e econômico".
Contudo, foi em 2022 que o SWIFT se viu frente a frente com
um adversário à altura:
a Rússia.
Quando as primeiras pressões para a exclusão da Rússia do SWIFT surgiram na Europa, em 2014, o país iniciou a criação de sua alternativa própria ao sistema de comunicação financeira, o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em inglês).
Com o início da operação especial, o SPFS foi alçado de plano B para o principal protocolo de informações usadas pelas
instituições financeiras da Rússia.
Para Vilela, isso reforça a importância do desenvolvimento do SPFS e de sistemas similares, como o da China, que criou o Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS, na sigla em inglês) em 2015.
"Porque você não fica sujeito a sistemas que dependem de outros países, principalmente países que tenham atitudes hostis contra você."
"Não deixa de ser uma forma de ganhar mais espaço de atuação na economia internacional", destaca o economista.
Chegou a hora de o Brasil criar seu SWIFT?
Durante seus muitos anos de uso neutro, o SWIFT "facilita a troca de informações financeiras entre bancos e instituições financeiras", diz Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, especialista em proteção de dados e compliance regulatório.
"Ele possui sua própria infraestrutura física robusta e opera como uma rede privada de comunicação financeira, garantindo segurança e padronização nas transações internacionais", ressalta Alcântara.
Além das versões russas e chinesas do SWIFT, há ainda a versão indiana (Sistema Estruturado de Mensagens Financeiras, SFMS na sigla em inglês) e uma versão nos estágios iniciais sendo debatida pelo BRICS, o
BRICS Pay.
Para que esses sistemas existam, tanto as alternativas que já existem quanto as que estão sendo pensadas precisam garantir alguns requisitos básicos, afirmou Alcântara.
"Criar e operar um sistema de pagamentos global como o SWIFT é uma tarefa monumental que exige um alto nível de segurança, escalabilidade, interoperabilidade, conformidade regulatória e um grande investimento em infraestrutura e desenvolvimento."
No caso do BRICS Pay, diz Galvão, seria preciso ainda rodar o sistema "em cima de uma infraestrutura física que seja acordada entre esse bloco econômico". "Tem que se chegar a um consenso para definir onde esses dados realmente vão ficar alocados do sistema fonte."
Por conta desses esforços, diz Vilela, é muito mais fácil ter um único sistema onde todas as instituições financeiras já estão do que manter vários separados.
"Isso reduz custo, tempo e aumenta a eficácia."Entretanto, sublinha o economista, "há o lado negativo de ter pouca concorrência e eventualmente depender do gerenciamento desse sistema por outros países que podem ser rivais geopolíticos".
Este felizmente não é o caso do Brasil, atesta Vilela. "O Brasil é um país que
não tem nada no horizonte que indique algum tipo de sanção a ser imposta ao país."
"O Brasil tem essa característica de ser um país com boas relações econômicas e políticas, mesmo com países que sejam rivais entre si. […] Isso é algo que o Brasil não quer e nem pode abrir mão."
Para o economista, mesmo que fique enquanto plano B, como foi o caso inicial do SPFS e hoje é o do CIPS —
a China não abandonou o SWIFT —, o custo para o Brasil seria muito alto, ainda mais pensando que sanções
"não estão no horizonte".
"O custo econômico, e até geopolítico, não é algo que se justifique."
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a cnteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).