"Não existe saída individual para nenhum país na América do Sul. Ou nós nos juntamos, formamos um bloco, tomamos decisões conjuntas e executamos as decisões, ou vamos continuar mais um século sendo países em vias de desenvolvimento", disse Lula ao defender a união e a parceria entre os países do continente.
Durante seu discurso, Lula fez questão de ressaltar como a parceria entre Brasil e Bolívia representa questões-chave para o continente. "A integração física e energética da região passa necessariamente por nossos países", ressaltou.
A Bolívia, como bem lembrou o presidente brasileiro, segue sendo o principal fornecedor de gás natural do Brasil na América do Sul, além de também ser um importante fornecedor de fertilizantes.
"Conversamos sobre a possibilidade de ampliar investimentos nessa área e incrementar o volume exportado para o mercado brasileiro. O Brasil também importa fertilizantes da Bolívia. Queremos fortalecer essa parceria com a implantação de uma fábrica de nitrogenados entre Corumbá e Puerto Quijarro", disse Lula.
A parceria, de acordo com o presidente brasileiro, também envolve a disposição do Brasil em compartilhar sua experiência e tecnologia em biocombustíveis, "de modo a contribuir para a transição justa da Bolívia".
Lula também lembrou, durante o encontro, dos minerais críticos, que estão no centro dessa chamada transição limpa.
"A Bolívia tem grandes reservas de lítio, enquanto o Brasil possui terras-raras, nióbio, cobalto, entre outros. Há pouco tempo descobriu-se em solo brasileiro o terceiro maior depósito de manganês do planeta", disse.
"Como bem descreveu Eduardo Galeano, pelas veias abertas da América Latina correram o ouro de Minas e a prata de Potosí, que enriqueceram outras partes do mundo. Juntos, podemos nos inserir de forma soberana nas cadeias de valor de recursos estratégicos e evitar que esse histórico de espoliação continue se repetindo no nosso continente", acrescentou o presidente Lula.