"A OTAN foi criada há 75 anos com o objetivo de proteger a segurança dos seus membros, mas agora está claramente se afastando de seus objetivos originais e se tornando cada vez mais uma organização militar", disse Orbán em mensagem de vídeo publicada nas suas redes sociais, antes do início da cúpula da aliança em Washington.
A cúpula da OTAN começou ontem (9) e termina na quinta-feira (11). Segundo o premiê húngaro, um dos sinais desse processo é que a aliança está "assumindo um papel cada vez mais ativo" no conflito da Ucrânia.
"Na nossa opinião, isso é perigoso e até irresponsável, porque ninguém vê como vai acabar e aonde vai levar", concluiu Orbán.
O líder húngaro afirmou que vai insistir na cúpula que a aliança precisa "regressar ao espírito original" e desenvolver, antes de mais nada, "capacidades defensivas".
"Da parte da Hungria, confirmarei hoje que continuaremos a não participar na missão da OTAN na Ucrânia e cumpriremos integralmente nossas obrigações de desenvolver as capacidades de defesa da Hungria", concluiu.
Anteriormente, Orbán disse considerar improvável que a Rússia ataque um país da OTAN e que falar sobre a "ameaça russa" é uma manobra do Ocidente para justificar uma possível guerra com Moscou. Segundo ele, os grupos de trabalho da OTAN em Bruxelas estão tratando de determinar como a aliança pode participar do conflito na Ucrânia.
Na última sexta-feira (5), Orbán chegou a Moscou e se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou a visita à capital como a próxima fase de uma missão de paz, tendo sido a primeira uma viagem a Kiev no dia 2. O primeiro-ministro húngaro disse que pretende realizar várias reuniões inesperadas desse tipo em breve.
Na segunda-feira (8), Orbán visitou Pequim, onde disse que a Hungria é contra o confronto com a China e a favor da cooperação entre a União Europeia e o país asiático.
Depois da China, o primeiro-ministro húngaro rumou a Washington. Além do encontro da OTAN, também prometeu continuar a trabalhar na sua iniciativa de paz e se reuniu com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O chanceler da Hungria, Peter Szijjarto, informou que uma nova conferência sobre o fim do conflito ucraniano poderá ser realizada antes do final do ano, por exemplo na Arábia Saudita, com a presença da Rússia.