A União Europeia (UE) planeja organizar uma cúpula durante a reunião informal dos ministros das Relações Exteriores em Budapeste, no final de agosto, para boicotá-la devido às visitas de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, à Rússia e à China, relatou nesta segunda-feira (15) o jornal norte-americano Politico.
"Bruxelas está contemplando uma medida sem precedentes para boicotar a cúpula de Relações Exteriores do próximo mês na Hungria […]. Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da UE, convocará os ministros para uma cúpula 'formal' de Relações Exteriores durante a cúpula de Orbán", escreve o Politico, citando três diplomatas do bloco.
De acordo com uma das fontes, se Borrell convocar uma reunião formal para o mesmo dia que a reunião de Budapeste, os ministros não poderão ir à Hungria. Outro diplomata disse que, dessa forma, a UE quer "enviar um sinal claro" à Hungria de que ela não pode falar em nome de toda a união.
Anteriormente a mídia informou que os países do bloco estavam considerando medidas punitivas para a Hungria, ameaçando-a com "consequências práticas" em meio ao descontentamento com as visitas de Orbán a Moscou e Pequim, e vários embaixadores da UE sugeriram boicotar a reunião informal de ministros.
Orbán chegou a Moscou com uma delegação em 5 de julho e teve uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou a visita a Moscou como a etapa seguinte de uma missão de paz, cujo início foi uma viagem a Kiev três dias antes. O primeiro-ministro húngaro disse que pretende fazer várias reuniões inesperadas semelhantes em breve.
Posteriormente Orbán viajou para Pequim, onde disse que a Hungria era contra o confronto com a China e a favor da cooperação desta com a UE. Depois viajou para Washington para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).