"Com isso, a ideia de civilização e modernidade são, em grande medida, antagônicos, e, nesse sentido, para desenvolver e mirar o futuro, você precisa, de alguma forma, apagar tudo que é lido como tradições. No pensamento ocidental em geral, o que é visto como estranho também é automaticamente inferiorizado e sujeito às práticas de eliminação. E esse fórum trabalhou muito a questão de que é preciso ter um respeito pelas diferentes culturas para pensar o futuro a partir também das diversidades", resume.
Quais países compõem o BRICS?
"O que eu entendo é que, de alguma forma, o agrupamento vem tentando construir a ideia de que essa diversidade, longe de ser a fraqueza do BRICS, é a força do agrupamento. E, nesse sentido, o respeito às diferenças vem sendo colocado como, vamos dizer assim, fundamental", declara Fernandez.
Por que Bretton Woods chegou ao fim?
"Então a própria questão da justiça climática, como que a gente vai alcançar essa justiça climática sem transferência de recursos, sem transferência de tecnologia, sem uma reforma das instituições financeiras internacionais? E no caso do Brasil, a gente está vendo agora, inclusive com o G20 sediado no Brasil este ano, como que o presidente Lula vem colocando a questão da desigualdade como uma questão central na agenda, ou seja, não dá para falar sobre mudança climática, não dá para falar sobre uma série de temas sem que o tema da desigualdade não seja visto como um tema estruturante e transversal às diferentes agendas", declara.