Panorama internacional

Mídias dos EUA e Israel alertam que país pode não ter a defesa área que tanto propagandeia

Um drone pesado dos houthis passou furtivamente pelas defesa aéreas israelenses e atingiu um prédio próximo um consulado dos EUA em Tel Aviv.
Sputnik
Esse ataque deveria ser um alerta para que Israel fizesse uma avaliação "realista" de suas capacidades militares, diz o analista de defesa israelense Amir Bohbot em artigo publicado no jornal The Jerusalem Post, neste sábado (20).
Apontando para a guerra em Gaza, que colocou os militares israelenses e especialmente a sua Força Aérea em alerta máximo durante mais de nove meses, Bohbot expressou, preocupação pelo fato do conflito ter "comprometido a capacidade das FDI de se envolverem numa guerra em larga escala e multi-arena de alta intensidade".
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"É importante reconhecer a ameaça iminente de uma grande guerra", escreveu o analista, apontando para as forças poderosas reunidas contra Israel na região, desde o Hezbollah no Líbano até aos Houthis no Iêmen, às milícias no Iraque e na Síria, e ao Irã, líder do Eixo de Resistência anti-israelense e anti-EUA.
Estas forças teriam acumulado cerca de 5 mil drones e mísseis para atacar Israel em um conflito aberto.
Para Bohbot, Israel enfrenta "lacuna significativas" entre as ameaças que enfrenta e as soluções para enfrentá-las.
"A ameaça emergente de enxames de drones, capazes de ataques em massa em grandes áreas, representa um enorme desafio para os exércitos ocidentais modernos. Até agora, não ouvi dizer que o plano plurianual [de defesa] das FDI, que foi adiado há muito tempo, coloque ênfase suficiente nestas ameaças."
As preocupações do colaborador do Jerusalem Post foram ecoadas pelo correspondente do New York Times baseado em Tel Aviv, Patrick Kingsley, que sugeriu em seu próprio artigo no sábado (20) que Israel "tem poucas opções para retaliar" ao ataque de drones Houthi, "o que deixa clara a fraqueza de seu sistema de defesa antiaérea" contra drones lentos, de baixa altitude e com baixa emissão de calor.
"Yoav Gallant, o ministro da defesa israelense, jurou vingança pelo ataque, mas analistas disseram neste fim de semana que Israel tinha poucas opções óbvias contra uma milícia que não compartilha fronteira comum com Israel e parece não se intimidar com demonstrações anteriores de força por parte das potências ocidentais" sugeriu Kingsley.
"Uma resposta imediata e de curto prazo poderia ser um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, uma medida que poderia travar os ataques dos aliados do Hamas, como os houthis e o Hezbollah no Líbano. Embora a oposição dos houthis a Israel tenha precedido em muito a guerra em Gaza, o grupo raramente atacou os interesses israelenses antes desta começar", acrescentou.
Ehud Yaari, do Instituto Washington baseado em Israel, rejeitou a possibilidade de ataques aéreos israelenses contra os Houthis terem qualquer impacto. "Qual seria o benefício?", indaga.

"Se entrarmos em cena e contribuirmos com os nossos próprios ataques para dezenas e dezenas de ataques levados a cabo pelos EUA e pelo Reino Unido, isso não vai mudar a balança", disse ao Times.

"Não podemos fechar hermeticamente todas as fronteiras", disse o antigo general da Força Aérea Israelense, Relik Shafir, apontando para as dificuldades em distinguir os drones da "desordem" de pequenos aviões e outras aeronaves.
"O que os drones podem fazer é infiltrar-se de vez em quando através das defesas. E este é o resultado."
O general Shafir expressou apoio à ideia de trégua em Gaza, dizendo que ela pode "provocar algum tipo de calmaria por um tempo".
Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos a um cessar-fogo e rejeitou como falso um relatório no início deste mês de que os generais israelenses querem uma trégua em Gaza e estão prontos para aceitar a permanência do Hamas no poder – uma perspectiva que os aliados da coligação de Netanyahu rejeitaram fervorosamente.
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