Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu com colegas de diversas nações latino-americanas para pressionar a América Latina a impulsionar seu papel na indústria, de acordo com a agência.
"A competição está acirrada — é isso que está acontecendo — e o nearshoring [trabalho terceirizado feito em um país com o qual se compartilha uma fronteira] não diz respeito apenas ao México: Costa Rica e Panamá também estão muito próximos dos EUA e têm desenvolvimento e experiência semelhantes que lhes permitem ser competitivos neste mercado", disse Jene Thomas, diretora de missão da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) no México, ouvida pela mídia.
Segundo Thomas, estados no norte e centro do México que já têm produção de eletrônicos estão mais bem equipados para receber novos investimentos no setor no curto prazo, com o país se posicionando para participar da área de menor custo da cadeia de produção, incluindo testes e montagem.
Um roteiro apresentado pela USAID e pela Fundação Estados Unidos-México para a Ciência (FUMEC, na sigla em inglês) sugere que os estados mexicanos poderiam cortar os US$ 30,94 bilhões (R$ 173,22 bilhões) em semicondutores que o país importou em 2022, principalmente da Ásia.
Além disso, os países da Ásia estão focados em aproveitar o interesse global na diversificação das fontes de fornecimento. "É por isso que continuamos falando em dois anos, porque estamos vendo os países se movimentarem rapidamente", afirmou Thomas.
A pressão norte-americana em países latino-americanos acontece em meio à "guerra dos chips" entre EUA e China.
Capitaneada por Washington com parceiros estratégicos como Japão e Países Baixos, o governo Biden tem cada vez mais "apertado" as regras e restringido o acesso chinês à tecnologia dos semicondutores, peças essenciais para o desenvolvimento de diversos produtos, que vão de celulares a tanques de guerra.