Na segunda-feira (22), o Pentágono lançou um relatório afirmando que Moscou e Pequim estão cada vez mais elevando sua parceria na região polar, ação que pode impactar a estabilidade regional.
Quando questionado sobre o documento nesta terça-feira (23), o Kremlin disse que parte do relatório "tinha um tom de confronto" e que a cooperação visava apenas promover a previsibilidade.
"A cooperação russo-chinesa na zona ártica só pode contribuir para um clima de estabilidade e previsibilidade no Ártico, porque nunca [foi] dirigida contra qualquer país terceiro ou grupo de países terceiros, mas apenas quer proteger estes países e melhorar o bem-estar das pessoas de ambos os Estados", disse o porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, a repórteres.
O documento do Pentágono ainda observou que a Rússia reabriu centenas de instalações militares da época da região soviética, enquanto a China está de olho em recursos minerais e novas rotas de navegação.
"O Ártico também é uma área estratégica para o nosso país", acrescentou Peskov, garantindo que "a Rússia adota uma posição responsável e faz a sua parte para que o Ártico não se torne um território de discórdia e escalada de tensão", complementou.
Já o lado chinês, através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que "Pequim tem participado dos assuntos do Ártico em conformidade com os princípios básicos de respeito à cooperação vantajosa para todos e ao desenvolvimento sustentável e fortaleceu a cooperação com outras partes para manter a paz e a estabilidade".
"Os EUA deturparam a política do Ártico da China e apontaram o dedo para as atividades normais da China no Ártico conduzidas em total conformidade com a lei internacional. Isso não é propício a paz, estabilidade e cooperação no Ártico. A China se opõe firmemente a isso", afirmou a porta-voz, citada pela chancelaria chinesa.
O relatório do Pentágono acrescentou que os militares dos EUA tinham uma estratégia de "monitorar e responder" na região, baseada na coleta de informações, na cooperação com aliados e na capacidade de mobilizar recursos militares.