O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, através do Itamaraty, emitiu uma nota em que saúda o processo eleitoral venezuelano e "reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados".
Ainda de acordo com a nota, o governo aguarda a publicação dos resultados do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de dados desagregados por mesa de votação, "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado".
No domingo, o CNE da Venezuela divulgou que o atual presidente do país, Nicolás Maduro, havia obtido 51,2% dos votos expressos, que lhe garantia a vitória contra os 44,2% obtidos por seu adversário Edmundo González. Diante do resultado, Maduro conquista o terceiro mandato consecutivo à frente do país.
Na semana passada (23), falas de Maduro sobre um suposto "banho de sangue", caso as eleições não resultassem na manutenção de seu mandato, preocuparam o presidente Lula, que emitiu sua opinião publicamente sobre a fala, dizendo-se "assustado" com as considerações do homólogo venezuelano. Maduro reagiu e sugeriu com ironia para "aqueles que se assustaram", "que tomem um chá de camomila", subindo o tom posteriormente ao atacar o sistema eleitoral brasileiro.
Ante o embaraço diplomático, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil respondeu em nota garantindo a plena transparência do processo eleitoral brasileiro, mas acabou desistindo de enviar um corpo técnico de observadores para acompanhar o processo no país vizinho.
Na sexta-feira (26), Lula solicitou ao assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, o ex-chanceler Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral em Caracas. Mais tarde, Amorim, por meio de nota, informou que acompanhou de perto o processo eleitoral, mantendo contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU.