A diretoria colegiada do órgão responsabilizou o cenário interno e o externo pela decisão unânime, ao afirmar em comunicado que o momento exige "maior cautela". Ainda assim, o banco avaliou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho no país segue apresentando dinamismo maior do que o esperado.
A taxa Selic permanece no menor nível desde fevereiro de 2022. Entre março de 2021 e agosto de 2022, diante dos efeitos da pandemia de COVID-19, o Copom realizou altas consecutivas que fizeram a taxa chegar a 13,75%.
Ainda segundo o Copom, "a elevação das projeções de inflação e as expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela".
A meta, segundo o Banco Central, é manter a inflação em 3% ao ano, podendo variar entre 1,5 ponto para mais ou menos.
"O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta", diz o texto.
O Banco Central também citou o ambiente externo adverso, em função da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países.
Em junho passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à atuação do Banco Central e ao presidente do órgão, Roberto Campos Neto, indicado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Campos Neto tem mandato até o fim deste ano.